Elysium, o refúgio RPGISTA
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Mensagem por Vincent Dragunov Seg Dez 29, 2014 11:36 am




LIE TO ME

The Lightman Group, New York, United States of America

"I guess we're all here, then: someone who wants the truth,
someone who wants to be right, and us - the idiots in the middle."
──── Dr. Cal Lightman -  Lie to Me

Espaço reservado para uma trama baseada na série Lie to Me, que começou como um dia de rotina comum, com uma conversa durante a madrugada que logo culminou com a ideia de direcionar o jogo para a série, que mostra o trabalho investigativo de uma equipe formada por especialistas em detectar mentiras. As mínimas expressões e gestos são interpretados por esses cientistas do comportamento, que prestam seus serviços para diversas entidades, como o FBI, a polícia, empresas particulares ou mesmo pessoas que estejam dispostas a descobrir a verdade que alguém pode estar escondendo. O grupo é liderado pelo Dr. Cal Lightman, um cientista que dedicou toda a sua vida ao estudo do comportamento humano. Lightman ainda conta com a ajuda da sua parceira e psicologa Dra. Gillian Foster, além do pesquisador Eli Locker, de Ria Torres, uma mulher com o talento natural de interpretar as expressões humanas e de Ben Reynolds, um agente do FBI que é designado para dar assistência ao Grupo Lightman em suas investigações. Juntos eles formam uma equipe de verdadeiros polígrafos humanos. E é com esse grupo que o soldado russo Sergei Dragunov e a ladra especialista em artefatos "sobrenaturais" estão se metendo nessa trama. Um casamento com um soldado de elite russo procurado pelo FBI não demoraria para ser descoberto pelos agentes, que localizaram Bella após longas semanas de investigação seguindo seus passos, descobrindo sobre seu "trabalho sujo" e a relação com o russo, com quem ainda era oficialmente casada. Através de uma denúncia de Dona Clarice, moradora do mesmo prédio de Bella, o FBI cruzou dados com a polícia local e conseguiu determinar o dia e a hora em que capturariam o soldado de elite, que supostamente é um espião russo e já deu bastante trabalho para o serviço de inteligência americano. Como técnicas de interrogatório e tortura rotineiras não surtiram o menor efeito no soldado, o Grupo Lightman foi contratado para arrancar de ambos o maior número de informações possíveis, antes que sua captura fosse descoberta pelos russos e eles precisassem deportá-lo. Além de sua "pequena" lista de crimes em seu currículo, Bella ainda é suspeita de roubar informações governamentais sigilosas e entregá-las ao espião russo.


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PS: Então, Bella...se puder postar pra mim aquele turno que mandou pelo msn, eu continuo a partir dali. Estou cheio de ideias pra essa trama. Confesso que quando comecei a assistir não pensei que me empolgaria a esse ponto, veremos se conseguirei transmitir um pouco da série no nosso jogo. Assim que enviar me avisa. Jogo rápido mesmo, como os do VK. Essa foi apenas uma introdução da adaptação que faremos, os membros do Grupo Lightman serão NPCs sobre os quais estarei descrevendo no decorrer dos turnos, porque a partir do momento em que forem capturados, dificilmente Sergei e Bella estarão interagindo, então vou interagir com você através desses NPCs, para explorarmos um pouco mais da trama pessoal da sua personagem.



Última edição por Sergei Dragunov em Sex Ago 07, 2015 11:48 pm, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Bella Talbot Seg Dez 29, 2014 8:03 pm

Não seria a primeira e provavelmente aquela também não era a última vez em que Sergei dormira no meio de uma conversa. O soldado russo tinha essa mania estranha de aparecer em seu apartamento quando a ladra menos esperava e dormir repentinamente, na mesma velocidade no meio da noite. Porém, essa segunda ocasião já causava menos assombro em Bella Talbot. A ladra já havia pensado em vários motivos para aquilo além do extremo cansaço. Talvez fosse um dos efeitos colaterais das pesquisas em ratos que desenvolviam nele que o faziam se desligar por completo sem aviso prévio. Talvez fosse uma coisa mais simples como suas conversas que o entediava. Mas ela não se prendia muito a esses detalhes, não ligava e abraçava esse prazer inesperado da melhor forma possível. Era quando Sergei se desligava assim que saíam as melhores brincadeiras e judiações com o soldado que ela usaria para zombar dele por um bom tempo. Foi desses improvisos que ambos iniciaram em uma verdadeira guerra contra o sono para um não adormecerem na presença do outro ou simplesmente o fazer quando não se aguentavam acordados mais, se entregando a um sono profundo e assim tornando mais fácil as brincadeiras mais atrozes.
 
Naquela noite não seria diferente. Ele já havia lhe dado a deixa.    -O que fazer com esse alce que dormiu no meio da conversa depois de me agitar e me fazer perder o sono de tanto rir? Hmm...    – Estava pensativa e agora se divertia com o apelido novo que o próprio soldado dera a si mesmo. Foi então que a mercenária se aproveitou do clima de final de ano e dos adornos das festividades de Natal. Levantou-se de onde estava sentada, correu até a árvore de Natal ali no canto da sala mesmo e pegou alguns enfeites como bolas, laços e estrelas para enfeitar os "galhos" do soldado. Se comparada às outras vezes como a ela o maquiou ou que ele arrancou uma das suas sobrancelhas provavelmente aquela seria um golpe ameno e uma batalha branda. Mas o que ela queria mesmo era lembrá-lo do detalhe que o fez se comparar com o alce do Thranduil, um dos personagens das obras de Talkien que ele tanto gostava. Trouxe tudo carregando nos antebraços com cuidado para não cair e perdê-los no meio do caminho. Na falta dos galhos do alce de verdade, resolveu espalhar o que havia pegado pelo corpo dele e deixaria para justificar e explicar no dia seguinte quando ele acordasse. Por hora, ajoelhou-se ao lado do sofá devagar para não fazer barulho, colocou os enfeites no chão lentamente e depois passou a pegar um por um. Primeiro encaixou o fio que prendia uma das estrelas prateadas no galho da árvore em uma das orelhas de modo a pendurá-la para não cair. Na outra orelha colocou uma das bolinhas vermelhas do mesmo modo. O nariz era grande, por isso conseguiu encaixar um de cada, deixando os fios darem a volta e pendurando os enfeites um de cada lado do rosto, outra estrela e outra bolinha, essa verde. E agora faltava o laço. Devagar, usou os dedos delicados e ágeis para juntar uma mecha dos cabelos escuros e sempre bem alinhados do soldado bem acima da testa. Juntou os fios da melhor maneira que pôde e por fim amarrou o laço de tecido xadrez vermelho e verde neles. Ao ver o resultado de mais uma afronta ela riu silenciosamente e ainda levou as mãos até a boca para evitar que o mínimo som escapasse. Para ela era crucial que não deixasse de tirar uma foto, afinal era uma das melhores recordações dos últimos tempos e bem apropriada para a ocasião.    -Devia usar isso como cartão de Natal atrasado.     – Sussurrou admirando o que havia feito. Pegou o celular do bolso, ajeitou e focalizou bem a câmera dele no rosto do soldado e bateu a primeira foto sem se importar com o flash. Ele,obviamente se sentiu incomodado com a luz a ponto de retorcer o rosto, mas não acordou. Ela não ligava, até achava bom uma careta provocada pel aluminodidade aquela hora. Por isso esperou ele espremesse bem os olhos fechados e franzisse o nariz para tirar outra foto, uma ainda pior. Conferiu o resultado da sua obra de arte quando terminou e voltou a sorrir satisfeita. Então se levantou de novo e seguiu para o quarto, deixando o soldado    morto     dormindo por ali mesmo. Tomou um banho breve e fez a sua higiene pessoal se preparando para dormir. Quando pronta, foi direto para a cama e então foi sua vez de se entregar ao sono.
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Mensagem por Vincent Dragunov Qua Dez 31, 2014 3:21 pm




TRUTH OR CONSEQUENCES

The Lightman Group, New York, United States of America

"Call me a liar, a king or a fool, but sing me a song of prosperity
Higher and higher, the farther we fall, hard to remember.
I will surrender and I'll always wait wait as in all of eternity
Hard to remember and hard to forget this shadow that hangs over me."
──── Kamelot -  House on a Hill

Fazia tempo que ele e Bella não aprontavam alguma um com o outro, nem se lembrava de como isso tudo começou, mas aqueles eram os poucos momentos em que se deixava levar por brincadeiras até um pouco...infantis. Foi graças a essas brincadeiras que ele e Bella firmaram a amizade que possuem hoje, um lado de cumplicidade que o soldado tinha com poucas pessoas. Sempre muito sério e até um pouco carrancudo, é difícil imaginá-lo fazendo esse tipo de brincadeira, mas em algumas situações ele realmente se deixava levar, talvez por causa das provocações da ladra que contribuíam para que ele se soltasse mais, já que era impossível não rir enquanto conversavam. Sergei já imaginava que seu relacionamento com aquela ladra lhe renderia muitos problemas, especialmente por já ser procurado pelo FBI, mas não abriria mão de uma amizade como a dela por nada. Nos últimos dias estava em solo americano à trabalho e aproveitou para visitar Bella, assim que terminou de estudar alguns mapas e estruturas comerciais locais, que possivelmente seriam alvos de mais um atentado terrorista. A investigação já lhe rendeu muitas noites mal dormidas e as missões que mais detestava, ironicamente eram essas que envolviam mais o serviço de inteligência, que ele considerava tedioso. Suas missões suicidas à campo eram suas preferidas, embora os riscos e os danos físicos sofridos fossem bem maiores. Passaram uma parte da noite conversando e rindo bastante, mas o soldado já estava tão cansado que não conseguiu se manter acordado por mais tempo. Caiu de sono durante a conversa mesmo sem nem perceber. Foi pesando no sofá, até que deitou com a cabeça apoiada no braço e adormeceu.
Suas consciência começou a retornar, mas ele ainda estava de olhos fechados. Ouvia os sons da rua, que entravam pela janela, sentia o calor do sol que tocava seu rosto e uma dor incômoda no pescoço, dado seu mal posicionamento na hora que dormiu.

──── Hm... ──── murmurou tentando tentando abrir os olhos, esfregava-os e forçava a visão a retornar, porém ainda bem incomodado com a luminosidade. Pelo visto tinha dormido muito mais do que imaginava. Pelo calor e pela fome, já deveria ser perto do horário do almoço. Conforme movia o corpo, sentia que algumas coisas estavam penduradas sobre ele. Abriu os olhos no susto, levantando o corpo e se sentando no sofá, quando as duas bolinhas vermelhas que estava penduradas no nariz caíram sobre seu colo. Olhou pra baixo um pouco confuso e sentiu os fios nas orelhas, retirando-os com pressa, de um lado havia uma estrela prateada e do outro uma das bolinhas vermelhas. ──── Ahahah! Sabia que você não perderia essa oportunidade. ──── disse rindo consigo mesmo, enquanto se levantava do sofá, deixando os enfeites sobre o mesmo e seguia até o banheiro para sua higiene pessoal. Foi então que viu o laço de tecido xadrez vermelho e verde preso aos cabelos meio caído sobre a testa em função dos movimentos bruscos. Levou a mão até o laço, retirando-o e imaginando que maravilha de troféu a ladra teria em sua coleção depois de aprontar uma dessas. Certamente uma foto não faltaria para registrar aquela cena vergonhosa. Que ainda assim, era uma brincadeira mais inocente, dada a gravidade das anteriores, onde ambos pegavam bem mais pesado no constrangimento. Ria novamente imaginando como deve ter ficado horrível. De alce do Thranduil, passou a ser uma rena natalina. Usou o banheiro e foi direto para o banho, tinha bebido na noite anterior, precisava esfriar um pouco a cabeça e não seria bom se ficasse com aquela cara de ressaca. Dessa vez pelo menos tinha levado roupas consigo para poder trocar de roupa, já que sairia dali direto para o trabalho.

Não demorou no banho e logo saiu, jogando a toalha sobre o ombro após secar o corpo. Imaginava que Bella estaria dormindo, afinal ficou mais tempo acordada do que ele, então não se importava, ficava bem à vontade andando pelo apartamento até encontrar a própria mochila que nem se lembrava onde tinha deixado. Não ligava para os cabelos que ainda permaneciam molhados, gotejando sobre os ombros e vestia a cueca boxer de cor azul marinho e a calça social primeiro e caminhava até a cozinha para procurar algo pra comer. Não a incomodaria, deixaria que Bella continuasse dormindo, mas ouviu uma brusca alteração no som ambiente. Interrompeu os próprios movimentos e ficou apenas ouvindo. Como sua audição era muito aguçada, conseguiu detectar sons que interpretou como passos pesados de coturno pela escada de emergência e pelo corredor, saindo pelo elevador daquele andar do prédio. Sob alerta, seguiu até a sala de novo e pegou a Gyurza dentro da mochila, destravou o revólver e ficou em um ponto estratégico entre a sala e a cozinha, onde não seria atingido por disparos vindos da sacada, ou das janelas, mas com vista para a porta da frente e a sacada. Em silêncio, aguardou os passos que se aproximavam. Três homens armados do batalhão especial das forças armadas norte-americanas invadiram arrebentando a porta da sacada e outros três pela porta de entrada e mais um em cada janela do apartamento. A invasão em sincronia, atrapalhou o tempo de ação do soldado que dependia da cadência de tiro da arma para efetuar os disparos. Percebeu que acertou alguns, mas todos os soldados que entraram estavam muito bem equipados com coletes de kevlar e capacetes, deixando poucas áreas visíveis disponíveis para eventuais disparos. Estava em notória desvantagem, então assim que sua munição acabou, ele se rendeu.

Aceitaria essa derrota para poder lutar outro dia. Não teria condições para continuar. Se estivesse sozinho, ainda tentaria escapar, mas Bella estava ali e ele não arriscaria deixá-la para trás. Assim que elevou as mãos em sinal de rendição, jogou a arma no chão e a chutou para o meio da sala, apresentando-se em seguida. Sinalizava bem para evitar o risco de levar um tiro de graça, dado o despreparo que já foi obrigado a ver em alguns soldados americanos e até ingleses. Alguns soldados foram para o quarto, para render e capturar também a ladra. Encontraram a certidão de casamento na mochila do soldado, que reviravam procurando qualquer evidência de seu trabalho, mas não conseguiram nada além de sua arma, munição e documentos falsos, que ele usava para entrar no país sem ser notado pela segurança nacional. Com violência, três dos soldados se avançaram contra ele distribuindo socos e pontapés, o que logo o fez perceber que já conhecia aqueles homens. Não reagia, apenas protegia o rosto e encolhia o corpo em posição fetal para evitar ferimentos mais graves.

──── Sergei Dragunov...nos encontramos de novo. ──── disse um dos soldados, ainda sem revelar seu rosto. Embora a voz fosse familiar, o soldado ainda não se lembrava dele. Aqueles homens o levantaram e ele permaneceu em silêncio, buscando Bella com o olhar para ver se ela estava bem. Logo fora surpreendido pela voz daquele mesmo homem, anunciando. ──── E você, Abby, você está presa por crimes de roubo, receptação e venda de mercadoria roubada, falsidade ideológica, suspeita de assassinato e envolvimento direto com um espião russo, o que configura Crime de Segurança Nacional. Você tem o direito de permanecer calada. Porém a participação em espionagem exclui seu direito a um advogado, até que se prove sua inocência, ou que seja delatora do espião e contribua com informações realmente valiosas.

No momento em que a ladra foi chamada por outro nome, Sergei arregalou os olhos surpreso com aquela revelação. Estranhamente, sequer se importava com o a pequena lista criminal dela, afinal já sabia que ela se envolvia em muitas transações ilegais. Mas não imaginava que a alcunha de Bella Talbot na verdade era um disfarce. Desviou o olhar decepcionado com o que acabara de ouvir e permanecia em silêncio. Ela soube o tempo todo de sua real identidade, um risco que ele assumia por confiar naquela mulher. Confiança esta que não foi recíproca da parte dela. Foram os dois arrastados dali como criminosos pelo corredor daquele prédio, vendo Dona Clarice com um olhar assustado e a mão na boca, em estado de choque pela cena que presenciava. A imprensa já cercava o prédio e assim que saíram, o soldado pôde ouvir a manchete da rede televisiva local.

──── Foi preso nessa manhã um espião russo, cuja identidade ainda não foi revelada pelos federais, que trabalhava em conjunto com uma ladra, falsificadora e assassina. O casal, conforme informado, usava como disfarce uma união matrimonial realizada em Las Vegas, para que ele tivesse passe livre dentro do país. ──── falava um dos repórteres, enquanto outros tentavam conseguir imagens dos dois, que ficariam estampadas nos noticiários.

──── Eu era vizinha dessa mulher e nunca imaginei que era uma criminosa tão perigosa. Meu Deus! Que perigo! E aquele russo? Eu sabia que havia algo errado com ele! Os dois brigavam, ele batia nela com certeza.────   falava Dona Clarice a um dos repórteres que a entrevistava. Eles se espremiam para conseguir entrevistar outros moradores, o zelador e o síndico do prédio e eles próprios se divertiam com seus minutos de fama em rede internacional.

O semblante do soldado era frio e seu olhar baixo lhe conferia uma aparência bem agressiva. Evitava olhar para as câmeras, já que aquilo acabava com qualquer chance de anonimato em suas próximas missões. Sentia seu próprio sangue ferver diante daquela situação que comprometeria a missão que ele desempenhava naquela cidade, uma missão secreta de Rank A pelas forças especiais russas. O fracasso pra ele nunca foi uma opção, então permanecia em silêncio, tentando ignorar qualquer som, concentrando-se apenas em seus próprios pensamentos, buscando encontrar uma forma de sair dessa sem comprometer a missão que tinha a executar.
PS: Juro que foi só dessa vez, os outros farei menores, mais rápidos. Acabei me empolgando e escrevi mais que devia.  Wink



Última edição por Sergei Dragunov em Sex Ago 07, 2015 11:53 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Bella Talbot Dom Jan 04, 2015 4:49 pm

O som distante do trânsito vindo da rua no Queens não afetavam em nada o sono de Bella pela manhã. Aquela não seria diferente. O quarto ainda estava tão escuro que poderia se passar facilmente pelo auge da madrugada, assim como o seu sono. Havia dormido tarde por causa da visita que recebera do russo e pouco se importava em cumprir os horários já que perdera algumas horas de sono durante a noite. Ela se importava menos ainda sendo Sergei sua visita. Sabia que o soldado ficaria à vontade o bastante em seu apartamento para buscar qualquer coisa que precisasse enquanto ela ainda dormia e até mesmo acordá-la se fosse preciso. Isso a daria tranquilidade o bastante para relaxar se não fosse a brincadeira de algumas horas atrás que ele poderia querer descontar, mas a partir do momento em que fechou os olhos e dormiu ela se esqueceu completamente desse detalhe. Pelo menos até ouvir o barulho estrondoso vindo da sala.
Assustada, Bella deu um salto da cama. Levantou-se depressa enquanto tentava reconhecer que barulho teria sido aquele. Logo em seguida do que parecia ser no mínimo um armário caindo ela ouviu o barulho de vidro se quebrando. Independente do que o soldado tivesse aprontando provavelmente ele havia passado dos limites. Depressa, ela saiu do quarto para averiguar sem nem mesmo se lembrar ou se importar que estava somente de calcinha e camiseta, como costumava dormir. Ainda estava impressionada demais para arquitetar um discurso de repreensão em sua cabeça, mas já no corredor voltou a ouvir barulhos de disparos. Esses ela reconheceu muito bem. Imediatamente a ladra encurvou o corpo para frente e por instinto ergueu os braços para abraçar e proteger a cabeça. Em seguida atinou que se fossem mesmo disparos se encolher e proteger a cabeça com os braços não seria o bastante, por isso levantou-se depressa e correu de volta para o quarto. A ladra não tinha ideia do que estava acontecido. Era demais pensar em uma guerra dentro do seu apartamento? Bem, havia um soldado lá em solo inimigo e os barulhos não deixavam a desejar.
De volta para o quarto, Bella correu para o closet e pegou a primeira calça que encontrou para se vestir depressa. Independente do que fosse não seria interessante permanecer somente com aquela camiseta branca e calcinha. Nem desarmada. Ela nem mesmo teve tempo para subir o zíper e abotoar o botão da calça jeans preta optando por correr até uma das suas caixas de sapato bem específicas para retirar sua arma de lá. Agora sim, já corria de volta para a sala sem saber o que acontecia e nem mesmo o que a esperava dentro do próprio quarto. Quatro homens armados até os dentes com capacetes e coletes vinham agressivamente de encontro a ela. Apontavam suas armas grotescas enquanto ela segurava apenas um revólver. De boca aberta e os olhos mais ainda, Bella largou o seu revólver e o deixou cair no chão quando na verdade tinha vontade de disparar ou até mesmo atirá-lo na direção de um deles. Erguer as mãos em sinal de rendição a fez fechar a cara, irritada por nem saber o porquê de toda aquela hostilidade. Dois dos homens apegaram pelos braços e a arrastaram para a sala.
Ao chegar lá descalça e desviando de todos aqueles cacos de vidro se deparou com uma cena dantesca e o seu apartamento destruído. Sergei também havia sido capturado e estava sofrendo agressões. Ela fechou os olhos e desviou a cabeça para o lado sem dizer nada para não assistir. Mesmo sem saber a razão daquilo tudo imaginou que tivesse alguma coisa a ver com o trabalho dele e lembrou-se de que aquela não era a primeira vez em que os dois se viam naquela situação. Da outra vez eles a usaram para atraí-lo, mas dessa vez ele já estava ali. Antes de pensar um pouco mais e tentar desvendar a história toda em sua mente um dos soldados começou a falar reconhecendo o soldado russo. Ela se sentiu aliviada em partes, afinal ele havia parado de apanhar. Percorria os olhos assustados e zangados por ele para ver se estava bem. Mas logo ela foi surpreendida quando o mesmo soldado hostil a chamou pelo seu nome verdadeiro e desviou o olhar para esse mesmo que enumerava seus crimes. Ouviu todos eles sem espanto ou abalo e pensou que faltava mais alguns naquela lista. Mas o “envolvimento direto com um espião russo e Crime de Segurança Nacional” a fez abrir os lábios, abalada de novo. Oscilava o olhar entre Sergei e o homem que lhe falava e embora não quisesse, achou melhor seguir o conselho dele de permanecer calada. A loira percebeu o espanto do russo quando olhava para ela e em seguida a sua decepção. Sentiu certo pesar e desconforto sem entender muito bem aqueles sentimentos, afinal ambos não eram muito de conversar muito sobre suas ocupações e trabalhos. Ainda que fossem por motivos e estímulos diferentes os dois eram perigosos e levavam uma vida cheia de atos condenáveis a suas maneiras. Agora seus crimes pareciam assustá-lo, pelo menos era isso que ela imaginava. Independente disso, por fim ambos agora estavam sendo levados presos e iriam pagar pelo que já haviam feito.
Bella nunca havia sido pega em qualquer que fosse sua transgressão. Estava acostumada a lidar com demônios e criaturas sobrenaturais que com o tempo havia aprendido a trabalhar. Era como os filmes de terror que ela costumava assistir. Porém, sair levada e cativa em meio a uma multidão de curiosos e da mídia direto para uma viatura militar era como a cena de um filme que ela nunca tinha vivido. E não estava gostando. Atravessou tudo aquilo ouvindo absurdos e com o olhar baixo. Aproveitava-se dos cabelos longos que pendiam nas laterais do rosto para tentar se ocultar o máximo possível. Se era permitido naquele momento, ela ficou contente quando ouviu a chamarem de “ladra, falsificadora e assassina”. Podia ser pior. Mas a parte da união matrimonial para garantir o passe livre do russo no país a incomodava. Não era bem assim. Ouviu também a velha fofoqueira sua vizinha e dessa vez, novamente se era permitido rir daquela situação ela não o faria. Bella pensava em matar aquela velha caso escapasse, ou providenciar ela mesma um contrato sem volta para o quinto dos infernos, assim como o dela, mas pior um pouco. Ela não merecia dez curtos anos de vida para desfrutar. Talvez apenas um ano, com o sofrimento, a consciência e a espera de vinte anos. Foi com esses pensamentos que deixou aquele local tumultuado e entrou em um veículo direto para algum lugar onde ficaria detenta. Na viagem não se afastou muito daqueles tipos de pensamento, mas agora pensava se alguns daqueles seus conhecimentos poderiam ajudá-la a se livrar daquela encrenca sem advogados ou leis a seu favor, apenas os códigos morais e falhos dos homens.
 
Minutos depois ela estava sentada dentro de uma sala típica para interrogatórios. Havia a cadeira onde estava sentada, uma outra vazia onde supostamente deveria haver o seu advogado. Estava com as mãos algemadas encostadas sobre a grande mesa diante dela com alguns papéis que evidenciavam as suspeitas dos seus crimes, uma câmera diante dela, o vidro escuro onde certamente mais pessoas acompanhavam o diálogo por trás dele e alguns homens que a introduziam a uma conversa antipática.-Então, Abby! Esse é o seu nome, não é? Não Karen, Lugosi, Alex, Mina Chandler...- À medida que o homem ia citando cada um dos seus nomes falsos ele atirava sobre a mesa uma pasta contendo informações de cada um dos crimes de que era acusada quando usava os respectivos pseudônimos. Ela apenas acompanhava com o olhar toda aquela tentativa entediante e frustrante de impressioná-la ou pressioná-la. Quando ele lhe deu alguma chance de falar algo sobre tudo aquilo, a loira se manteve atrevida e dissimulada fingindo falsa surpresa e comoção com um simples -Ohh!- sem se preocupar em parecer verdadeira.
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Ela não falaria nada que pudesse comprometê-la, mas também não fazia questão de desmentir seus atos ilícitos ou se intimidar com aquilo. Responderia o que fosse preciso, ou melhor, omitiria o máximo de informações possível até pensar em um jeito de se safar de tudo aquilo. Mas aos poucos sua situação parecia ficar mais complicada, teve a certeza disso quando o homem prosseguiu. -...ou Bella Talbot... casada com Sergei Dragunov...- Ele falava em pausas para lhe dar tempo para processar as informações e espaço para se pronunciar. Mas ela permanecia calada e agora com um olhar sério diretamente nos olhos de quem lhe falava. -...acusada de Crime de Segurança Nacional por acobertar o espião russo através de união matrimonial.- Ela retirou as mãos da mesa e as acomodou no seu colo enquanto encostava as costas no encosto da cadeira. Permaneceu calada por alguns instantes pensando em tudo aquilo, mas hora nenhuma se intimidava ou desviava a atenção do homem, nem mesmo quando foi sincera ao respondê-lo. –Nós fomos para Las Vegas. Ficamos bêbados. E nos casamos.- Abriu os olhos rapidamente tentando convencê-lo e apertou os lábios tentando se conformar com a realidade que a havia colocado naquela situação enquanto erguia os ombros uma única vez como quem dizia “o que posso fazer?” Depois disso começou a pensar em Sergei. A última vez que o vira depois de um olhar decepcionado foi entrando em outro carro. Provavelmente ele também estaria naquele prédio, ela só não sabia em que condições já que com ele as apresentações foram mais agressivas. Esperava que ele estivesse bem e que só estivesse passando por algo similar mesmo que isso fosse ruim o bastante considerando o fato de ser um “espião russo em território norte americano”.
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Mensagem por Vincent Dragunov Sáb Ago 08, 2015 3:17 pm



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Enquanto Bella foi levada para uma sala de interrogatório comum, o soldado seguia com os agentes do FBI para outra direção, algemado a uma cadeira de aço presa ao chão em uma sala toda cercada por vidro blindado. Câmeras monitoravam cada movimento dentro daquele pequeno espaço, além dos olhos atentos de uma equipe que ficava do lado de fora apenas observando e fazendo anotações, agentes cercavam todas as entradas e saídas, armados com fuzis de assalto, metralhadoras e até granadas. Haviam dois rostos conhecidos naquele cerco. Um que acabava de se revelar era o do agente Henry Thompson, que já perseguia o russo há pelo menos um ano, desde a descoberta da traição da esposa com o soldado. Henry se tornou um incômodo sempre dificultando qualquer tipo de missão desempenhada em solo norte americano. Até mesmo as visitas à Bella eram limitadas pela sua dificuldade de acesso, sempre com uso de disfarces e estratégias diversas de infiltração. O algoz sorria satisfeito com a captura e não perdia a oportunidade de desferir alguns socos e pontapés no soldado imobilizado. Para piorar, um rosto se destacava entre os presentes, era a própria Agente Alyson...Collins...pela falta da aliança de compromisso dourada, ela e Henry estavam separados. Ambos não mudaram nada desde o dia em que seus caminhos se cruzaram em uma missão conjunta no Irã. Raramente as forças especiais de ambos países trabalhavam juntas por razões óbvias, mas as circunstâncias pediam por uma aliança temporária e assim, durante todo aquele mês, Alyson e Sergei se encontraram às escondidas. O que não esperavam era serem flagrados no ato por uma câmera de segurança oculta na sala do soldado russo. Diante da prova irrefutável da traição, cada um seguiu seu caminho a partir dali e só foram se reencontrar meses depois, quando repetiram o erro e aparentemente foram descobertos de novo.
Dadas as circunstâncias, Dragunov recebia cada golpe direcionado ao rosto e às pernas com um sorriso desafiador nos lábios. Sua intenção era mesmo fazer o agente perder a cabeça e de forma inconsequente tentar matá-lo, o que ao menos o tiraria do caminho. Pois para qualquer um ali naquele ambiente, ele ainda valia muito mais vivo do que morte, para Thompson não. Permaneceu em silêncio enquanto o agente fazia várias perguntas sobre qual seria a missão dessa vez, quantos agentes estariam envolvidas, e outras, todas respondidas com o mesmo sorriso, independente do sangue que escorria de ferimentos em várias partes da cabeça: na região dos músculos epicrânio, orbicular do olho esquerdo, corrugador do supercílio também esquerdo, prócero, auricular superior direito, zigomático maior direito e o levantador do ângulo da boca. Fruto da recepção violenta recebida. O dano muscular prejudicaria a leitura corporal, então assim que chegava na sala, o Dr. Lightman empurrava o agente e gritava com todos ali presentes.
──── Eu assumo daqui! Me deixem fazer o meu trabalho! Suas técnicas falharam e delas não terão resultado algum mais! Deixe o soldado comigo! Saiam daqui! Me deixem sozinho! ──── diante daquela cena o soldado levantou o olhar intrigado para aquele homem que acabara de entrar. Ele era bem diferente dos demais, não parecia ser nenhum tipo federal americano que o soldado já conheceu. ──── Você não vê, Agente...Thompson? ──── o especialista fez uma breve pausa para ler o nome do agente em sua identificação para depois prosseguir. ──── Ele está debochando de você e dos seus homens. Esse meio sorriso é característico de deboche, você não vai conseguir nada assim. Os ombros estão relaxados, sua tortura física não levará às respostas que procura e muito menos à sua vingança pessoal. Agora se manda! ──── naquele momento o soldado finalmente ficava um pouco nervoso, não gostava daquele tipo de interrogatório. Já passou por diversos especialistas em comportamento e micro expressões humanas, então já podia imaginar o que viria a seguir. Com o conhecimento e as técnicas que tinha para burlar esse tipo de abordagem, Dragunov precisaria ganhar tempo, até que as tropas de resgate fossem enviadas e conseguissem invadir o local. Detestava aquele tipo de abordagem e seu corpo respondia a isso puxando a parte transversa do músculo nasal, o que fez o especialista sorrir. ──── Humm...desprezo...bem sutil, mas já é um começo. Soldado Dragunov, eu sou o Dr. Lightman e o FBI me convidou para conseguir arrancar algumas informações de você. Não se preocupe, se não quiser falar. Até acho melhor, porque o seu corpo não mente, mas as palavras sim. ──── Naquele momento a testa do soldado franzia e o olhar se estreitava, demonstrando uma forma mais profunda de ódio. Aquele homem poderia ser um grande problema, mas o soldado duvidava que ele alguma informação relevante para usar contra ele no interrogatório.
O especialista se sentava na cadeira de frente para o soldado imobilizado e iniciava a sessão. Embora a musculatura da face danificada atrapalhasse muito a análise, ele ainda seguia os procedimentos padrões. ──── Vamos começar...preciso saber se você e sua esposa se conhecem há muito tempo...você a ama? ──── inicialmente, Lightman puxava um contexto de forma rápido na mente do soldado, para que ele se inserisse nesse contexto para que no momento da pergunta lançada, o corpo reagisse independente do pensamento, não dando tempo para elaborar uma mentira. Porém, no momento em que o investigador se sentava na cadeira, Dragunov já começava a estabelecer um controle mental da situação, sua técnica para burlar aquele tipo de interrogatório era a de desligar a mente para qualquer estímulo externo, fechando-se para que seu corpo não processasse a informação e a pergunta, não reagindo à mesma. Começava a cantar em sua mente, desviando completamente o foco e desligando os próprios sentidos, fechava os olhos e mal ouvir as palavras do interrogador, cantando em silêncio:

♫ ❝I see you had your mind all made up You group of pitiful liars Before I woke to face the day Your masterplan transpired Something told me This job had more to meet the eye My song is not believed? My words somewhat deceiving? Now I'm unwhole❝ ♫

A música era 5 Minutes Alone de Pantera, uma música que até combinava com a situação e lhe conferia confiança pra travar aquela guerra de nervos. Lightman percebia o que o soldado estava fazendo e estranhava, afinal era muito raro conseguirem sobrepujar suas técnicas, era preciso conhecê-las muito bem para se proteger delas e a técnica era boa, o que o deixava também um pouco nervoso. Para atrair novamente a atenção do soldado para ele, se levantou e bateu bem forte na mesa de alumínio de frente para o soldado, que mesmo com a atenção puxada de volta, permanecia desligado da realidade e cantava em voz alta a parte da música que servia de aviso ao especialista com um semblante descontraído apesar do teor da letra, debochando das autoridades ali presentes.


❝You've waged a war of nerves
But you can't crush the kingdom
Can't be what your idols are
Can't leave the scar
You cry for compensation
I ask you, please, just give us
Five minutes alone
Just gimme Five minutes alone
I read your eyes, your mind was made up
You took me for a fool[...]
❞♫


O soldado era interrompido por um chute bem forte no osso tíbia, fazendo-o travar a mandíbula com a dor, mas emitindo apenas um ruído parecido com um rosnado. Lutava contra a dor internalizando-a e canalizando-a para a fúria. Em seguida levantou o olhar com uma expressão de desafio, fitava os olhos do especialista e ainda em silêncio o convidava a continuar. Lightman, por sua vez, outrora pensava em uma forma mais amena para descobrir se poderiam usar a esposa do soldado para arrancar alguma informação, mas percebeu que não iriam a lugar algum sem oferecer uma situação real para ele, da qual não pudesse desviar a atenção. Então ele segue até a sala de interrogatório comum, onde Bella foi deixava para ser interrogada por um agente e observada por Gilian Foster. Ela mal tinha entrado na sala, quando ele mesmo abriu a porta com violência e deu a ordem.
──── Tragam a garota! Vamos, Abby! Você pode ser bem útil para o seu país agora. ──── disse com um sorriso malicioso nos lábios, enquanto os agentes a conduziam algemada para a outra sala, onde o russo se encontrava. À princípio, ela estava na área de observação, e onde podia ver o soldado dentro da outra sala cercada de espelhos, monitorado por muitas câmeras e microfones, que captavam qualquer som por ele emitido, até mesmo o som das algemas nas quais ele forçava os pulsos na tentativa de se soltar. Dragunov calculava a força que precisaria para luxar o polegar, permitindo que a mão passasse pelo arco da algema, que estava bem rente aos pulsos, incomodando bastante.
──── Ele vai se soltar! ──── alertou Lightman e 3 agentes entraram naquela sala armados com tasers (um de proximidade e um em forma de revólver), armas de choque não letais, na intenção de imobilizá-lo de novo. Assim a porta se abria para a entrada dos agentes, que não possuía maçanetas ou fechaduras, ela era aberta apenas via mecânica por controle de computador da sala de observação, operado por Eli Loker. No momento em que a porta se abriu, o soldado usou toda a força necessária para quebrar a articulação do polegar e passava a mão pela algema, se libertando e avançava contra os agentes. Esquivava de um primeiro golpe com o taser, segurava o pulso do agente e chutava com toda a força que conseguia a região abaixo dos ombro para romper ligamentos e a cápsula articular do ombro, inutilizando aquele braço. Nisso, recebia um golpe com o taser na região das costelas no lado direito do corpo, mas não recuava, segurava o pulso do agente e desferia uma cabeçada bem forte na região do osso frontal, para desequilibrá-lo e o jogava pra cima do outro agente, na intenção de distraí-lo, enquanto avançava contra os dois. Com um deles atordoado com a pancada na cabeça, aproveitava e usava aqueles segundos de vantagem para avançar contra o terceiro agente. Dragunov se desloca para a esquerda do adversário enquanto ele tenta se desvencilhar do companheiro que era jogado contra ele, se aproxima em um rápido movimento desferindo um soco na altura do rosto para distraí-lo, inclina o corpo puxando-o pelo pulso, envolve o tronco com o braço direito para derrubar para desequilibrá-lo, depois puxando a perna com a esquerda rente ao corpo derruba o oponente. Em seguida envolve a perna do agente com os dois braços torcendo o membro para romper ligamentos e articulações coxo-femurais, ao mesmo tempo pisando com toda força na outra perna mantida aberta, tentando provocar o mesmo dano articular. (Gif Demonstrativo) O adversário fica caído no chão, gritando de dor, enquanto o que outrora estava atordoado e o que teve o braço direito inutilizado, se recuperavam e voltavam a atacá-lo. O primeiro usa o taser de proximidade no pescoço do soldado para provocar um dano maior e ele sequer esquiva, recebe o golpe e aproveita para prender o pulso do adversário mais uma vez e girar o corpo invertendo as posições, no momento em que o outro atirava com o taser revólver. Usado como escudo, o agente recebia toda a potência do taser no peito e desmaia. Sabendo que o modelo de revólver só tem um disparo, o soldado investe em uma manobra de submissão contra o último inimigo, que já tinha o braço direito inutilizado. Nesse momento, outros agentes se deslocavam para invadir aquela sala, mas era tarde demais. Dragunov fez que ia acertar um primeiro golpe na cabeça para distrair o oponente, que tentava esquivar recuando e girava o corpo para acumular força centrípeta para em um rápido movimento, atingir a cabeça do adversário pela parte de trás, envolvendo seu pescoço, puxando o braço para derrubá-lo com o apoio da perna atrás dos joelhos dele, impulsionando-o para uma queda violenta de costas no chão, mantendo o pescoço preso, envolto pelo braço do soldado, que até então não tinha matado nenhum dos adversários. Dessa vez, ele olhava em direção ao Dr. Lightman e forçava o pescoço do inimigo, quebrando a região do T-cervical, deixando-o tetraplégico com a manobra. (Gif Demonstrativo) Os 3 que entraram em seguida atiraram com os tasers revólveres, no chão, Dragunov ainda tentava esquivar, saltando em direção à cadeira, que usava como escudo contra os disparos, defendendo a região do tronco, mas recebia um disparo nas coxas, perdendo os movimentos da perna e cedia sobre o próprio peso. Assim que caía, era golpeado incontáveis vezes com chutes e pontapés e pisadas, mas sequer se preocupava em proteger o rosto, apenas encolhia o corpo para proteger os órgãos vitais e a região íntima, pois quanto mais a musculatura da face fosse danificada, mais difícil seria a leitura do especialista, que precisaria se restringir ao pouco que pudesse observar.
Lightman esbravejava ordenando que parassem, devido ao aumento da dificuldade da leitura corporal com a vasta extensão dos hematomas, mas era em vão. Furiosos pelo dano causado ao companheiro, nada parecia capaz de cessar a fúria daqueles homens a não ser o cansaço. Quando finalmente os agentes finalmente cessaram a surra, o levantaram de frente para Lightman e sua equipe, enquanto outros dois agentes também entravam, carregando fios, para prender o soldado com mais segurança. Decidiram fazer um nó de contenção em forma de um 8 para prender os pulsos, passando o fio entre as duas mãos, davam várias voltas para manter o fio preso à pele, sem se importar com o dano que provocariam com a corda apertada demais prendendo a circulação. Enquanto isso, apoiado sobre os joelhos, ele levantava o olhar, percebia a presença de Bella, evitava demonstrar qualquer interesse nela, fingia nem tê-la visto e direcionava o olhar para Carl Lightman, com um sorriso satisfeito nos lábios, por ter atingido seu objetivo. Logo a musculatura da face se enrijeceria com o inchaço provocado pelo rompimento de vasos sanguíneos e a reação inflamatória provocada pelo rompimento dos feixes musculares e suas feições ficariam ilegíveis até para o maior especialista em leitura corporal do mundo.




Com o nó feito, cruzavam as extremidades do fio nas costas do soldado passando por trás da cabeça o ponto de cruzamento e desciam o fio pelos ombros, passando por baixo dos braços, voltavam às costas para travar o fio com um nós cego no ponto central do 8 que prendia as mãos, impossibilitando qualquer chance dele movimentar os braços, até porque, cada movimento apenas apertaria ainda mais os arcos dos pulsos, que já estava rasgando a pele. Por fim, levantaram o soldado e o jogaram de volta na cadeira e utilizaram outro fio para prender as pernas, uma em cada perna de cadeira mais próxima.
──── Ual, vocês estão caprichando dessa vez! ──── o russo brincava, recebendo uma cotovelada bem forte na boca, que o levava a cuspir sangue, com o ferimento interno feito na boca, mas ele começava a rir, afinal tinha atingido seu objetivo, agora só precisava sentar e esperar o resgate.
A equipe de Carl Lightman o olhava com nítida preocupação no olhar. Ele estava furioso. O FBI estava acabando com seu trabalho, ele tinha pouco tempo para conseguir ler alguma coisa no corpo do soldado antes dos hematomas incharem e impossibilitarem a leitura. Então ele ordenou que Loker tirasse a visão da sala, que parecia cercada por paredes brancas, para quem olhava de dentro pra fora, assim só ele e sua equipe veriam o soldado para tentar elaborar uma forma de chegar até ele para obter informações precisas em pouco tempo.


Última edição por Sergei Dragunov em Ter Set 29, 2015 4:26 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Bella Talbot Sáb Ago 15, 2015 5:09 pm


Os minutos se passavam quando para Bella o tempo parecia se arrastar lentamente, fosse pelo tédio das perguntas direcionadas a ela ou pela preocupação crescente com a sua situação, bem como a do soldado. Ele havia sido violentado em seu apartamento e por isso suspeitava que a conversa com ele seria menos amigável e provavelmente bem menos maçante que a sua. Ele era um soldado acusado de ameaçar a segurança norte-americana e recebia um tratamento pouco amistoso por isso. No entanto, pelo mesmo motivo ela se esforçava para permanecer com um pensamento otimista imaginando que logo a ajuda chegaria para ele, afinal, o governo russo não o deixaria a mercê dos EUA. Essa realidade já não se aplicava a ela. Todas as evidências configuravam crimes dentro do seu próprio país, sendo assim, não tinha sequer o aparato das leis. Não que ela contasse com isso ou esperasse algum auxílio desse tipo. Havia todo um conhecimento que ultrapassava a legislação da sociedade, pertencentes ao mundo sobrenatural e criaturas a quem poderia recorrer para ajuda-la. Essas sim, lhe pareciam apresentar um jeito mais eficiente e seguro de se safar, ainda que não soubesse como recorrer a eles naquele instante. Com os movimentos das mãos limitados pelas algemas e homens segurando seus braços anteriormente, fora impedida até mesmo de abotoar a calça vestida as pressas. O chão gelado em baixo da sola dos pés a lembravam de que não contava nem com um par de sapatos, o que aumentava a gravidade daquela humilhação e hostilidade. Os cabelos desalinhados e até mesmo a sua higiene pessoal tomavam conta da sua mente enquanto a voz irritante ressoava pela sua cabeça ainda insistindo em confirmações do que eles já sabiam, e, portanto ela não se atentava as palavras proferidas. –Casamento em Vegas? Isso parece divertido. Inconsequente e divertido!- O homem dizia com tom de provocação. –Se não foi nada consciente, como você alega, pq não assinaram o divórcio?- Impaciente com a pergunta, a ladra voltou a inclinar o corpo para frente para apoiar os dois cotovelos sobre a mesa e apoiar as mãos algemadas na testa, prendendo os fios da franja longa entre os dedos. Suspirou demoradamente e soltou o ar devagar demonstrando a quão irritada estava ficando com aquilo. –Eu não sei. Casamento é algo para o resto da vida.- Pela primeira vez a ladra se dava conta de que realmente não sabia o motivo de nunca ter se divorciado do russo. Já havia pensado em algumas possibilidades, vantagens para ambos, bem como a indiferença que aquilo fazia na vida deles até então. Eram casados, no entanto ela sabia que ele se relacionava com outras mulheres. Ela também ignorou o que dizia o papel durante um bom tempo mantendo os seus relacionamentos “extraconjugais” e ambos seguiam apenas como amigos sem de fato consumar ou viver um casamento de verdade. Sendo assim, aquilo não lhe parecia importante, não até agora. –Não sabe? Ao que tudo indica que permaneceram casados para acobertar os crimes do seu marido.- Ela soltou os fios presos entre os dedos para usar o dedo médio e indicador para massagear as têmperas enquanto mantinha os olhos fechados. –Estou com dor de cabeça. Talvez seja hipoglicemia.- Apelando para a falta de alimentação, a ladra tentava desviar das perguntas e comentários feito pelo agente para ganhar tempo. Não cogitava que uma perita em leitura corporal especializada na detecção de mentiras estivesse a observando por trás do vidro escuro daquela sala. E provavelmente se soubesse não faria muita diferença para ela. Expert em enganações, a ladra raramente mentia em pequena escala, preferia omitir ou esquivar-se do foco e ainda usava todo o seu atrevimento para dar respostas rápidas e diretas para creditar suas falas. Sendo assim, quase não mentia naquela situação onde todas as provas estavam contra ela. Seria inútil. Um especialista poderia ler os sinais do seu corpo de extremo desconforto e um pouco de tensão, também não fazia questão de esconder o deboche ou a irritação sempre muito nítidas nas expressões faciais que denunciavam o que sentia em qualquer situação, mesmo fora dali. Então logo perceberiam que ela se preocupava em ignorar o que lhe era questionado, mas quando uma resposta era dada estava isenta de mentiras. As perguntas certas fariam a ladra entregar o jogo facilmente. Por sorte, os agentes que permaneciam junto a ela não tinham a astúcia de um especialista e pareciam muito mais entusiasmados para irritá-la do que obter respostas das quais eles já sabiam ou poderiam usar perfeitamente a seu favor. –O que você ganharia ajudando um espião russo, Abby?- Insistiam em perguntas que por sorte ela não sabia responder por na verdade aquilo não ter fundamento algum. Havia cometido muitos crimes, mas ajudar um espião russo não estava entre eles.  –Eu não tomei café da manhã. Sofro de hipoglicemia.- Agora ela mentia na segunda afirmação. Travava os dentes dentro da boca fechada para evitar o riso e sustentar a expressão séria em seu rosto e também a de dor. –Estou com dor de cabeça.- Oscilava entre a mentira e a verdade e agora encarava o agente com seus olhos verdes para dar credibilidade a sua fala. –Você sabe sobre o trabalho dele, não sabe?- Com o corpo ainda projetado para frente para permanecer com os cotovelos antes flexionados sobre a mesa, apenas os esticou para estender os braços e ocupar um lugar maior dela sem desviar os olhos. –Eu não consigo ouvir você.- Semicerrou os olhos fingindo não entender e curvou um pouco a cabeça para prontificar um dos ouvidos para “entender melhor”. –Você sabe sobre o projeto do soldado, não sabe?- O idiota havia acreditado que ela de fato não entendera e repetiu devagar e em bom tom, dessa vez especificando aonde queria chegar. –Ainda não consigo ouvir você!- No instante em que ele disse sobre o projeto, Bella lembrou-se do livro vermelho em sua posse e muito bem guardado. Embora aliviada por estar tão bem escondido, a tensão sutil em seus ombros e a expressão de dor intensificada em seu rosto denunciava que ela sabia de algo, que finalmente eles estavam fazendo as perguntas certas e apresentando algum perigo para ela que insistia em bancar a surda e desentendida. –VOCÊ...!!!- Irritado, o homem bravejou ao aumentar o tom de voz, mas logo passou as mãos no próprio rosto para reaver o controle e pediu ao seu acompanhante. –Tragam um café para ela.- A loira sorriu, vitoriosa. Voltou a se encostar na cadeira, recolheu os braços junto ao corpo e fechou um pouco o sorriso para permanecer no papel hipócrita. –Agora eu consegui ouvir você.- Aos poucos a conversa tediosa começava a parecer divertida para a ladra que transformava aquele diálogo perigoso em mais uma das suas conversas intrépidas. Não estava querendo café algum, mas sem saber o motivo ou o que vantagem tiraria disso, queria ganhar tempo, quem sabe cansá-los? Acompanhava com os olhos curiosos o agente que atravessava a porta e teoricamente ia para o lado de fora para buscar o seu café. Poderia muito bem ir conferir resultados parciais com a especialista ou até mesmo recomendações. Bella nunca saberia. Também não receberia o seu café.

Outro agente voltou no mesmo instante, apareceu na porta muito mais agitado e mandão do que os demais. Em meio ao seu sorriso malicioso e a violência das suas ações, pediu para que fosse levada e disse algo sobre ela ser útil. Em seguida saiu pela porta enquanto o outro voltou a pegar a ladra pelo braço e conduzi-la pelos corredores daquele prédio. Mesmo descalça e presa, ela mantinha toda a elegância ao caminhar, mas o fazia com mais lentidão do que o usual enquanto os olhos agitados e perspicazes procuravam qualquer coisa que poderia usar a seu favor e principalmente, ver algum sinal de Sergei. Sem sucesso, chegou a um corredor mais afastado onde agentes exageradamente atados guardavam uma última porta entre eles. Imediatamente a ladra passou a empurrar o corpo para trás e enrijeceu os ombros cheios de tensão nas laterais do pescoço. Se não fossem os homens que a puxavam violentamente para frente, provavelmente ela cairia para trás sem nem mesmo perceber o quanto hesitava em prosseguir no que aparentava ser o seu corredor da morte. Parecia estar sendo encaminhada para o abate em meio a tanta hostilidade. Agarrava-se a esperança do “ser bem útil para seu país” evitar qualquer penalidade mais cruel, ainda que não soubesse como poderia ajudar. Não estava disposta independente do que pudesse ser, mas também não queria ser punida. Assim que colocou os pés dentro da sala tão bem guardada por agentes muito bem equipados com metralhadoras, fuzis e granadas, percebeu tratar-se de uma sala de observação onde o objeto de experiência da vez era o soldado russo. Agora sabia onde ele estava e não precisava observar muito para ver que de fato o soldado estava em piores condições do que ela. E nem os demais presentes para ver que um constrangimento seguido de uma aflição tomavam conta do seu rosto. Umedecia os lábios inquietos e desviava o olhar para baixo para poucos segundos depois tornar a olhá-lo com o rosto ferido e preso daquela maneira. Infelizmente ele não permaneceria assim por muito tempo. Assim que o homem que a buscou alertou que ele iria se soltar, a loira correu os olhos ansiosos procurando saber como ele sabia disso, como o soldado o faria, pois parecia impossível e principalmente tentando buscar algum fundamento para que o soldado fizesse isso. Parecia pedir para apanhar gratuitamente. A porta estava fechada e nem mesmo possuía fechadura, ele não sairia dali. Talvez ele não soubesse do poder de fogo que o esperava do lado de fora, caso escapasse. Mais do que tudo ela quis alertá-lo, mas não sabia como e já era tarde. De fato o soldado se soltou e ela revirou os olhos antes de fechá-los calmamente e contraditoriamente impaciente.
 

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Parecia estupidez da parte dele e ela sabia muito bem que uma vez furioso e determinado a brigar como ali estava, ele só parava quando já estavam para liquidá-lo. Um tanto desnecessário. Ainda assim, não perdia um movimento da luta que ele travava a seguir. O golpe de taser a assustou, a fez contrair os ombros e pular enquanto puxava a respiração entre os dentes travados fazendo o som típico. Todos estavam entretidos demais assistindo a luta e até ela mesma para perceber que podia denunciar algo com aquilo. Se não fosse a ansiedade e a ira demonstrada pelos punhos fechados e a transpiração dentro deles, ela riria do desempenho dos vários agentes que mesmo preparados apanhavam para o soldado russo. Cada ação e reação dos participantes daquela batalha contribuíam para agravar o semblante atormentado da ladra. Quando Sergei recebeu o segundo golpe com o taser no pescoço. Sem perceber ela começa a recuar, da alguns passos para trás, mas sente o braço de um dos agentes que a segurava atrás do seu. O incidente não passou de um trombo acidental já que nenhum dos dois desviava os olhares do agente que desmaia ao ser usado como escudo. O russo se saía muito bem e ainda assim a ladra não conseguia ver qualquer sentido no que ele fazia. Percebia a afronta dele ao homem que a buscara encarando os olhos dele enquanto quebrava o pescoço do inimigo. Poderia estar tão irada quanto ele, mas mentalmente implorava para que ele cessasse a luta antes que aquilo terminasse mal. Naquele instante não era e nem se achava espertalhona a ponto de prever aquilo, mas era o que lhe parecia óbvio. E de fato depois de um disparo na perna e incontáveis golpes ele parecia vencido. A loira olhava para um lado e para o outro, ora tentando evitar ver aquilo, ora tentando encontrar qualquer coisa que pudesse ajuda-lo, mesmo que fosse para desviar a atenção deles para aliviar o soldado. Desejou um grampo em seu cabelo, olhava para baixo, para o próprio corpo e nada via além da camiseta branca e a calça ainda como zíper baixo. Nada que pudesse usar a seu favor. Pelo visto, o homem que esbravejava parecia concordar. Mandou pararem os ataques e por mais aliviada que tivesse não conseguia entender o que ele era ou o que fazia ali. Sem saber do processo de leitura corporal procurava algum sentido em tudo aquilo e o único que achava era evitar que o matassem e mais um conflito com o país dele por isso. Torcia que o resgatassem logo.


Em seguida o soldado foi preso novamente e só então erguia o olhar. Percebeu que não o lançara a ela, mas o conhecia a ponto de saber que notara sua presença. Ela no entanto, percebia o quão apertado estava o nó em suas mãos, dava graças por isso, afinal ele não poderia mais se mexer. Mas também se preocupava a ponto de não querer vê-lo perder as mãos. Ela mesma queria agredi-lo por dizer e brincar como ele fazia com uma equipe furiosa, mas deu um pulo com os ombros quando ele levou a cotovelada e cuspiu sangue em seguida. Não sabia se foi isso ou o riso dele que fez a sua paciência se esgotar. –Já chega!- Ela pediu sem gritar, mas em bom tom. Conseguira a atenção de todos ali e não tinha um argumento plausível para convencê-los a parar. –Eu não preciso assistir isso.- Antes de tirarem a visão do exterior da sala ela começou um discurso apelativo. –Disse que estou com dor de cabeça e que não me sinto bem. E vocês me trazem para assistir a essa violência sem cabimento.- Ela disfarçava bem o mal estar, afinal não ficava bem mesmo de ver o russo apanhando. Realmente tinha dores de cabeça que justificavam a expressão verdadeira e o ponto entre as sobrancelhas apertado. O fato de deixarem ela continuar a falar a encorajou um pouco mais, alterando o tom de voz aos poucos, proporcionalmente ao absurdo que considerava aquilo. –Ainda com o meu marido?- Agora viria a calhar confirmar um casamento que não fosse de interesses, além de ser uma boa oportunidade de informar ao soldado tudo o que havia dito a eles e o seu posicionamento. –Eu não me alimentei e nem tive chances de cuidar da minha própria higiene, minha saúde padece e ainda sou obrigada a assistir essa agressão no meu estado!- Ela abriu e ergueu as mãos na altura da cintura para se mostrar, olhou também para baixo para conferir que de fato agora o modo como estava seria uma vantagem. E ao ver o zíper da calça ainda aberta teve uma ideia que poderia ajudar naquele momento desesperador. –Minha calça não fecha!-  Resmungou baixo quase que para si mesma, mas chamando a atenção para um detalhe que naquele instante poderia lhe ajudar e então lançou a ideia. –Eu estou grávida!- Disse com a cabeça baixa e os cabelos pendentes pelo lado do rosto ajudavam a escondê-la até conseguir forçar o choro que não demorou a vir por se tratar de uma ótima trapaceira. –Não quero ver o pai do meu filho nesse estado, por favor... não tenho que ver.- Fazia as vezes da mulher sensível que cedia aos efeitos da gravidez. Pensava em um fato triste ou frustração qualquer para embasar e sustentar sua reação e isso não lhe faltava. Chegou a erguer a cabeça para que vissem seus olhos vermelhos e as lágrimas do seu rosto e também para conferir se haviam mordido a sua isca. Alguns sim. Alguns agentes se entreolham  silenciosamente com visível preocupação por saber que submeteram uma mulher grávida a tudo aquilo. Ainda que fosse uma criminosa de mão cheia havia alguns direitos de que não poderiam privá-la por esse fato. Outros não. Nem todos os presentes se apiedavam da situação que criava para ganhar tempo. Por isso sabia que não demorariam a submetê-la a exames para confirmar a informação. Se é que isso seria necessário. Provavelmente a ladra estava prestes a descobrir que todas as suas mentiras estavam sendo analisadas e poderiam ser usadas contra ela.
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