Elysium, o refúgio RPGISTA
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Jurassik World - The World Of Dinosaur

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Mensagem por Bella Talbot Qua Jul 15, 2015 4:15 pm

Entre setembro de 1983 e novembro de 1985, o magnata John Alfred Hammond junto com o advogado Donnald Gennaro fundam a InGen Technologies, uma empresa de bio-engenharia estadunidense que desenvolveu uma pesquisa altamente secreta: recriar dinossauros através de sofisticados métodos de engenharia genética e clonagem, para exibi-los em um parque temático em uma reserva biológica localizada no litoral da Costa Rica, mais especificamente na Ilha Nublar. No entanto, antes mesmo de o parque ser aberto ao público, um acidente onde um operário do parque é atacado por um Velociraptor, os investidores de Hammond exigem que especialistas visitem o parque e verifiquem se ele é seguro. Gennaro convida o matemático Ian Malcolm, enquanto Hammond convida o paleontólogo Alan Grant e a paleobotânica Ellie Sattler para seus propósitos. No entanto, o passeio não sai de acordo com os planos de Hammond, já que uma série de imprevistos corroboram a ideia de que o parque não é seguro. O programador-chefe do parque, Dennis Nedry, está secretamente a serviço de uma das empresas rivais da InGen, e foi pago para roubar embriões de dinossauros fertilizados. Durante o roubo, Nedry desativa o sistema de segurança do parque, permitindo-lhe acesso ao armazenamento de embriões. O resto do grupo, devido ao desligamento do sistema, fica preso no meio do parque, com as cercas elétricas desligadas. Isso permite que os dinossauros escapem de seu cercado, e ataque os carros resultando em mortos e feridos. O desastre resulta na retirada de Hammond pelo conselho da administração, na falência da InGen e no fechamento do parque de forma confidencial. O magnata então se dedica a proteger o Sítio B, uma segunda ilha que permaneceu em segredo até a década de 1990 onde mais dinossauros viviam soltos depois de suas instalações serem abandonadas.


Vinte e dois anos após os acontecimentos de Jurassic Park, na Ilha Nublar, um novo parque é aberto e está em funcionamento, realizando os sonhos de John Hammond. O lugar é chamado de Jurassic World, e é administrado pelo bilionário Simon Masrani, dono da empresa Masrani Global, que comprou a InGen após os incidentes envolvendo as ilhas onde a InGen atuava, Sorna e Nublar. Este novo parque foi fundado ao lado do antigo parque,o Jurassic Park. E é um sucesso, mas uma queda de público começa a incomodar os acionistas da Masrani. Então, pesquisas comportamentais com Velociraptors feitas por militares também são desenvolvidas no novo parque enquanto a equipe de geneticistas do parque liderada pelo Dr. Henry Wu e coordenada pela gerente de operações Claire Dearing resolve criar uma nova atração. Para atrair novamente o interesse do público, criam um dinossauro híbrido que mistura os DNAs de vários dinossauros, como o Giganotosaurus, o Tiranossauro Rex e Velociraptor dentre vários, além do DNA de alguns animais modernos. O Indominus rex, depois de um tempo em contenção consegue escapar de seu cercado, e essa fuga em meio a milhares de visitantes força a equipe do parque a tomar medidas extremas para evitar um desastre de proporções catastróficas e então caos e desordem se espalham pelo parque.



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Importante:

-Nesse contexto essa trama será desenvolvida. A título de organização e aproveitamento do breve tempo de recesso dos jogadores que trabalham e estudam, será estipulado um tempo máximo de TRÊS dias, contanto a partir da sua vez de jogar, para que cada jogador poste sua resposta no seu devido tempo depois de acertada a ordem e a vez de cada um.

-Se esse período não for o suficiente para mandar a sua parte do jogo, é necessário que os demais jogadores sejam avisados para que a trama tenha continuidade pelos outros. Deve-se passar a sua vez e esperar a sua próxima vez de jogar, trocar de lugar com outro player ou se precisar sair definitivamente do jogo um aviso também será importante, caso contrário, a pessoa que não explicar suas faltas e ausência virará comida de dino.


Última edição por Bella Talbot em Qua Jul 15, 2015 5:21 pm, editado 1 vez(es)
Bella Talbot
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Mensagem por Bella Talbot Qua Jul 15, 2015 4:45 pm


Às vezes era difícil compreender o poder que o dinheiro dava as pessoas, assim como a importância que ele tinha por isso. Na teoria esse pensamento costumava dar início a uma repreensão dos que questionavam Bella Talbot e suas prioridades optando pelos bens materiais e ainda iniciava a devaneios ilimitados sobre a temática. Mas na prática ela pensava apenas em garantir o seu dinheiro e o seu poder ilusório, ignorando os argumentos dos demais. Sabia perfeitamente que não tinha sequer liberdade para decidir o próprio destino, em compensação, possuía um poder aquisitivo que lhe garantia aproveitar o máximo da sua vida com o conforto que queria e desfrutando qualquer coisa que pudesse desejar. Sabia que iria para o inferno, pelo menos curtiria o passeio. Portanto não perderia tempo com devaneios ou tentativas de entender o que o dinheiro poderia conquistar. Bastava olhar para o império onde estava inserida naquele instante e que se estendia diante dos seus olhos para saber que explicações não eram necessárias. Aproveitaria as oportunidades e isso bastava.
 
A ladra que sempre se virou muito bem com seus meios ilícitos considerava o seu trabalho como outro qualquer. Era paga por um serviço, portanto o fazia com dedicação e competência. Comprometida única e exclusivamente com os seus próprios princípios, pouco se importava com o que era inaceitável de acordo com a moralidade. Dessa vez, uma proposta tentadora ia além de qualquer situação que já vivera antes. Embora se saísse bem no meio sobrenatural, não dispensava qualquer outro serviço de roubo, falsificação ou um jogo duplo como a boa mercenária que era. Não sabia ao certo como a sua reputação era vista, mas sabia que independente disso ela crescia. Teve essa certeza ao ter os seus serviços solicitados por uma empresa multinacional de bioengenharia e biotecnologia, a BioSyn. Estava habituada a lidar com o desconhecido quando a empresa a contatou meses atrás para lhe ofertar uma proposta para conseguir informações e materiais sigilosos e em posse de uma outra empresa do mesmo ramo. Depois de uma pesquisa realizada por ela mesma a fim de se aprofundar, descobriu que a proposta real era roubar a empresa do magnata John Hammond, a rival InGen. Descobriu também que essa última fora responsável pela criação de dinossauros há alguns anos atrás, o que desencadeou uma catástrofe e o fechamento do seu projeto em um primeiro instante. A princípio, a ideia da criação e o descontrole de dinossauros fez a sua leitura parecer surreal, como um livro de fantasia ou terror. Ficaria desacreditada que aquilo pudesse ser verdade se não precisasse acessar fontes ilegais devido ao total sigilo que encobria todas aquelas informações de um desfecho indesejável. A partir de então, além de motivada pela quantia considerável também estava curiosa sobre um projeto que havia falhado nos anos 1990 depois de anos de desenvolvimento, mas parecia voltar à tona novamente. O nome da InGen voltara a ser o foco internacional da genética anos depois do que parecia ter sido sua falência, agora com o patrocínio do bilionário Simon Masrani que administrava o parque temático Jurassic World. Em meio aos estudos sobre o trabalho que embora estivesse tentada, ainda não sabia se aceitaria, Bella soube também que a BioSyn havia sumido do mercado e provavelmente deveria ter sido derrotada pelo sucesso da concorrência. Usaria esse argumento na reunião definitiva para recusar a proposta que haviam feito imaginando que não teriam recursos para cobrir nem mesmo uma pequena parte da oferta que lhe fizeram. Mas ao contrário de toda a história que parecia transcender a realidade, a metade da quantia em dinheiro vivo diante de seus olhos a fez crer de uma vez por todas que tudo aquilo era bem real. A fez também aceitar a proposta sem pestanejar ao receber a como garantia a primeira metade da quantia e a certeza de que receberia o resto depois de terminar sua tarefa. A verdade é que a metade oferecida pelo trabalho já era bem satisfatória, mas a ganância por saber que a outra metade a aguardava não a fazia desistir daquela missão amoral. Não sabia qual empresa falida teria dinheiro para tamanha empreitada, mas contentava-se com rumores de que o exército norte americano estava indiretamente por trás de tudo aquilo, favorecendo financeiramente a missão e tomando o poder de animais que poderiam ser usados como armas em potencial, sendo desenvolvida em países sem lei que regulamentam o uso da tecnologia em questão. Assim, meses depois de comprometimento intenso com sua ocupação, dedicação extrema ao estudo para desenvolver sua farsa, além de identidade, documentos falsos e uma nova personagem ela agora estava inserida no corpo de trabalhadores do Jurassic World.
 
Mesmo com a estrutura colossal de primeiro mundo do parque temático, a temperatura típica dos trópicos denunciava não só o clima tropical da ilha no Atlântico como também as selvas densas ao entorno das construções do sítio de recreação. A névoa oriunda do calor, da vegetação verde e das correntes marítimas eram a prova de que aquela ilha nada mais era do que um lugar selvagem e inapropriado para a civilização que tentava se impor sobre a natureza ao habitá-la e ditar os seres vivos que a povoavam. Emily Fulton, bióloga em formação ainda numa universidade britânica, e agora, por conta da ladra falsificadora ao assumir sua identidade, coordenadora responsável pela divulgação científica do Jurassic World, não via a hora de se livrar daquela rotina de trabalho exaustiva com os visitantes do parque e deixar a Isla Nublar para voltar a ser apenas Bella Talbot, no Queens ou qualquer outro lugar onde não precisasse ver o que via ali. Vivendo em um apartamento na área de habitação da ilha destinada a trabalhadores, cientistas e chefia ao longo de três meses, já tinha visto o bastante para saber o motivo daquele monte submarino estar tão próximo ao pequeno arquipélago conhecido como Las Cinco Muertes da América Central. Nos primeiros meses de adaptação vira as atrações daquele “paraíso natural” e conhecera as instalações do parque o bastante para saber que como havia pensado, as criaturas criadas não eram imaginação. Ali os dinossauros eram reais e, por mais estranho que pudesse parecer, eram atrações de um parque destinado a expor os animais históricos, basicamente. Desde filhotes como montarias para crianças até a exposição de feras gigantescas se alimentando de grandes animais da fauna atual para entretenimento... havia visto exploração, dentes, garras e carnificinas o bastante para decidir não lidar com as feras diretamente. Por mais que o parque oferecesse todo o aparato, ela não conseguia associar os animais selvagens ali reconstruídos a domesticação e a amostragem a que eram submetidos. Além disso, já tinha outras preocupações e monstros para habitar seus pesadelos, portanto ficaria restrita a lidar com as informações e palestras passadas aos visitantes junto à coordenação dos demais trabalhadores da área do conhecimento e divulgação, dentro do conforto das instalações dos prédios.
 
Todos os dias de funcionamento do parque, milhares de turistas visitavam o centro de visitação em busca das atrações. Naquela cálida manhã, por volta das 11:00, a loira que agora atendia por Srta. Fulton terminava uma palestra explicando as imagens dos hologramas em uma sala que naquele instante comportava trinta interessados sobre detalhes de fossilização. -...é possível ter uma noção da anatomia dos dinossauros baseando-se nesses fósseis. Eles direcionam até mesmo as modificações genéticas necessárias para completar o seu DNA através de outros animais para a reprodução dos dinossauros desta ilha. Assim, é possível recriar animais que dominaram a Terra há cerca de 65 milhões de anos atrás.- O discurso ensaiado e praticado ao longo dos meses saía naturalmente junto a expressão simpática que ela não tinha problemas para manter. Exceto quando um curioso fazia perguntas demais. -Eu posso achar esses fósseis aqui nessa ilha?- Nesse caso, um garotinho de aparentemente cinco anos de idade fazia as vezes de abelhudo. Era um menino inteligente que a perseguira por toda a manhã, fazendo perguntas mais espertas do que os demais, o tipo que qualquer educador gostaria de ter por perto, mas não a falsa Emily que detinha conhecimentos superficiais. –Não, naturalmente não. Há a atividade de escavação para recreação, mas não é um fóssil de verdade.- Ela o respondeu olhando para o pequeno loirinho antes de completar a informação para os demais. –Essa ilha serve como uma vitrine de animais que viveram em tempos passados e em outros lugares. São mantidos aqui, mas esse não é o habitat natural de todos eles, nem mesmo dos exemplares do passado.- Mesmo sendo uma leiga se passando por uma informante sobre o assunto, não precisava ser esperta demais para deduzir que os animais criados e conservados ali, além de indevidamente explorados eram obrigados a viver em condições que nem mesmo eram parecidas com o que indicavam seus instintos, suas informações fisiológicas e genéticas. De certo modo, a ladra sabia que aquilo não lhe parecia correto e uma ansiedade incomum lhe apertava o peito enquanto discretamente erguia o pulso esquerdo para olhar o relógio. Estava no fim, não precisaria se prolongar por muito tempo mais. –Então como esses animais se adaptam aos recursos limitados dessa ilha?- Instigou o mesmo questionamento que se fazia sempre, mas não seria ela a responder. –Gostaria de lhes dizer, mas nosso tempo se esgotou. Além disso, essas e outras informações vocês poderão procurar saber nas outras palestras e ao longo do passeio. Dentro de quinze minutos a geneticista iniciará um breve tour pelo laboratório onde os genes desses animais são condicionados para se adaptarem. Ela então poderá explicar os detalhes da interferência dos genes na ecologia da ilha e dos animais.- Nem mesmo aquelas informações ela administrava ou engolia. A verdade é que tudo aquilo não passava de um show de horrores para ela. E mesmo que tudo aquilo fosse fantástico e ao mesmo tempo não aprovasse nada daquilo fazia disso a sua mina de ouro. –Foi um prazer guia-los essa manhã. Tenham um bom dia e divirtam-se com as demais atrações do Jurassic World.- Terminou sua palestra com um sorriso amigável enquanto esperava que aquelas pessoas saíssem da sala para seguir para a próxima atração. Só depois que a sala ficou vazia ela desligou a aparelhagem necessária e conferiu o seu celular. Ultimamente, sempre que buscava o aparelho era para procurar notícias ou mandar as suas para Sergei, o companheiro que não via há tanto tempo e que não sabia do seu atual paradeiro. Antes de viajar havia dito que precisaria se ausentar por um tempo e o termo “viagem de negócios” era o bastante para ambos saberem que quando se referiam ao trabalho somente. Por definição e ao longo do tempo, um nunca se metia nas atividades do outro sabendo que por parte dele ele guardava total sigilo sobre suas missões, e por parte dela, que ele poderia estragar seus disfarces ou desaprovar seus métodos do ofício, como já havia acontecido antes. Optavam por se preservar para não gerar conflitos, portanto não diria a ele onde estava ou o que fazia, mas o deixava saber que estava bem, procurava saber se ele também estava e tentava amenizar a falta que sentia dele. Tentava... –Senhorita...- o abelhudo loiro conferia o nome no seu crachá de identificação. -...Fulton! Não entendi bem o que quis dizer aquilo da... estrati... estati...- Bella direcionava os olhos verdes enquanto tentava ajudar o garoto na pronúncia. –Estratigrafia?- O garoto fez que “sim” com a cabeça veemente. Já ela balançou a sua negativamente um pouco impaciente pela persistência dele para permanecer junto a ela. –Bem... você já foi ao Grand Canyon? Ou pelo menos já viu uma foto? Já reparou como as imensas “paredes” dele são cheias de listrinhas deitadas, como se fossem camadas? Um bolo com muitas camadas!-  Ela tentava exemplificar da melhor maneira possível e os olhos mal cobertos por um óculos que insistiam em descer pelo narizinho do garoto confirmavam que ele parecia acompanhar o seu raciocínio junto ao balançar insistente e positivo da sua cabeça. –Então! Aquilo é um exemplo de estratigrafia. Mas é possível ver em muitos tipos de montanhas e no solo abaixo também quando exposto. Cada listrinha daquela forma uma camada. Ou um extrato, por isso o nome. A verdade é que cada uma daquelas camadas já foi como o chão que temos hoje. Eram a superfície antes de uma nova camada de terra vir por cima e cobrir a antiga. Ao longo de muitos, muitos anos, uma camada de terra sempre vinha por cima da outra compactando e apertando até ficar bem rígido, formando aqueles extratos. Quanto mais funda é uma listrinha, mais antiga ela é, pois significa que é um chão velho que foi coberto por outras camadas de terra ao longo do tempo.- Não estava nem um pouco satisfeita com sua explicação nada técnica, mas muito menos de ter que explicar aquilo para uma criança. –Entendeu?- O garotinho abriu um sorriso amendoado os olhos por trás dos óculos e mostrando os pequenos dentes de leite. Ela por sua vez foi desarmada e retribuiu o sorriso. –Entendi, srta. Fulton. Obrigada pela explicação e pela palestra. Eu adorei! E quando crescer quero ser como você.- Imediatamente ela franziu a testa, sem se desfazer do sorriso agora forçado. Quis dizer a ele que esperava que não! Mas não quis assustá-lo ou deixar margem para más interpretações. –Sim, agora vá ou vai perder a outra palestra.- Apoiou a mão no cabelo dele quase como uma forma de carinho antes dele sair correndo pela sala. Depois disso a ladra tentava se recompor, olhava novamente o relógio que agora marcava 11:28, indicando a aproximação do horário propício para o plano que tinha para aquele dia. Respirou fundo tentando se acalmar para então virar-se para a saída. E mais uma vez foi surpreendida pelo garoto próximo e em suas costas novamente.
–CÉUS!- Ela exclamou pelo susto. –E o que a “esgrafia” tem a ver com os dinossauros?-


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Emily revirou os olhos e chegou a tombar a cabeça para trás, impaciente. Depois passou a olhar para ele com a testa franzida, perdida. Procurava explicação para tamanha inconveniência e curiosidade do garoto quando passou os dedos na testa para aliviar sua tensão. –Qual o seu nome mesmo? Jonathan, certo?- Ela apoiou a mão no ombro dele, dessa vez com mais firmeza para conduzi-lo. –Entendeu sobre as camadas, os estratos, não é Jonathan? Agora imagine que um animal, um dinossauro tenha morrido.- Resolveu simular para garantir que ele entenderia sua explicação. Ainda o conduzindo pelo ombro, fez ele se sentar e depois se deitar na junção de duas cadeiras da sala, fingindo ser o garoto o animal morto de quem falava. -E depois rapidamente soterrado por uma nova camada de terra, vinda de um deslizamento que o cobriu e o preservou, por exemplo!- Sua voz estava empolgada por ver o garoto aceitando participar e tão quieto enquanto gesticulava com a mão deitada por cima dele simulando também a camada de terra. -O animal soterrado pela camada de terra logo estará preso entre as várias camadas que vão se formar acima dele.  E quanto mais camadas aparecerem por cima dele, mais pressionado ele será.- Sem perceber, ela ainda segurava e apertava o ombro do garotinho deitado. –Suas partes moles, como pele e músculos, por exemplo, vão ser consumidas e desaparecer enquanto as partes duras, como os ossos serão o molde para formar um fóssil. –E já abria os imensos olhos verdes tentando assustá-lo. –Se sabemos a idade das camadas pelo número de camadas que tem acima dela, sabemos também a idade dos fósseis, não é? Entende? Se não, que tal você ser um fóssil, Jonathan?- O garotinho deslumbrado e assustado com a cabeça encolhida ao mesmo tempo concordou com a cabeça. –Então fiquei aqui deitadinho, imóvel, parado e sem se mexer nem um pouquinho. Em breve uma camada de poeira será o seu primeiro estrato. Depois outras camadas irão cobri-lo até que ao longo dos anos você se torne um fóssil.- A mercenária falava seriamente para dar credibilidade a chance daquilo acontecer. Em seguida, ela mesma riu do absurdo e do que fazia o menino passar, mas não podia evitar. –Então direi aos diretores do Jurassic World para reproduzirem você a partir do DNA preservado em seu fóssil, certo?- Depois dele concordar uma última vez com o que disse, Emily saiu em disparada feliz por ter se livrado do garoto. Mais ainda por finalmente poder compensar o seu atraso e fazer o que precisava logo.
 
Na hora do almoço ela correu para o refeitório. Já estava cheio, o que indicava que as demais salas de trabalho estavam ficando vazias. Em especial Thomas Felt, o magricela responsável pela segurança da rede de informática e que contraditoriamente violava a máquina de bebidas, já se preparava para se alimentar.  A partir de então a ladra tinha trinta minutos para concluir o que vinha fazendo durante os últimos dias. Levou as mãos e os dedos ágeis até os cabelos dourados para penteá-los repetidamente se livrando de qualquer fio solto antes de prendê-los firmemente em um coque no alto da cabeça, evitando assim que qualquer fio se soltasse. Correu para a sala de Thomas em passos largos, já levando a mão para o bolso para pegar a cópia da chave que finalmente havia conseguido sem que ele soubesse. Garantira o livre acesso pelos corredores a partir do momento em que apresentava o seu próprio crachá como funcionária e pelas visitas frequentes a sala do rapaz, quem supostamente a salvava por imprimir folhas de relatórios para os clientes que tinham alguma reclamação a fazer, fosse para salvá-la novamente ou para que ela lhe levasse café para agradecer a gentileza rotineiramente. Assim seus passos por aquela ala não seriam mais tão estranhos caso as câmeras a captassem. Ao entrar na sala vazia onde ficava o computador responsável por administrar a abertura dos cofres biológicos e documentais, Bella rapidamente foi até ele para digitar a senha de acesso que também já havia descoberto durante as visitas. Depois disso, apalpou o agasalho do funcionário sobre o encosto da cadeira dele, procurando o que sabia que encontraria preso ao bolso, o crachá que daria acesso a sala, completando o conjunto de segurança dele. Resolveu trocar de agasalho com ele. Retirou o seu e colocou no lugar do dele e resolveu vestir o dele enquanto desenvolvia a tarefa com a mesma preocupação sobre os fios de cabelo e optando por cobrir totalmente o corpo para não deixar qualquer vestígio genético. Mais que depressa, ela o larapiou enquanto corria de novo, dessa vez para o cofre documental. Nada mais que outra sala com um computador. A porta aberta secretamente agora era fechada atrás de si e o cartão do funcionário comprometia a identidade dele ali, caso alguém descobrisse o que fazia. A loira abusava das suas digitais queimadas que não permitiam a sua identificação através delas para sentar-se com cuidado ao computador e mandar imprimir o restante dos estudos e informações sobre os animais que faltavam para fechar o seu furto de documentos e informações. Ao longo do tempo, depois de adquirir confiança o bastante trabalhando por ali, ela contava com a rotina para conseguir livre acesso e passar despercebida como uma funcionária qualquer para finalmente adquirir o que lhe fora pedido: os segredos da InGen para a criação dos dinossauros. Longe de sair com pastas e mais pastas de estudos e guias de produção, ela optou por fazer isso gradativamente e agora completava a coleção a ser vendida. Enquanto ouvia o barulho silencioso da impressora tornando manuseável a informação sobre uma última criatura, o Indominus Rex, conferia o seu tempo no relógio. A cada minuto, a cada segundo, havia uma preocupação, ou para ser mais exata, uma paranoia. A atividade criminosa fazia isso com as pessoas e mesmo com toda a experiência e o dom para isso, Bella não estava isenta de um sofrimento prolífico de maneiras de ser flagrada. Principalmente com a demora especial daquela impressão. Ela respirava fundo, mas tão silenciosamente quanto a respiração de um cadáver. Até que no auge da sua impaciência a impressão terminou. A coleção estava pronta, os relatórios e detalhes sobre a produção dos animais de melhor porte e mais agressivos da InGen estavam agora também em sua posse, e em breve, seriam passados a BioSyn. Assim que terminou, teve todos os cuidados necessários para deixar tudo como estava e vestiu o sua expressão mais calma para deixar aquele local. Voltara as pressas, mas medindo os passos para a sala do ladrãozinho da máquina de bebidas. Uma vez lá dentro, tomou o cuidado de ter a certeza de que nem mesmo o seu cheiro havia ficado no agasalho do uniforme dele e também o devolveu a posição anterior antes de vestir o seu.  Tudo correu perfeitamente e um sorriso sacana de um ladrão que rouba outro ladrão, mesmo que de pequeno porte, era ensaiado em seu rosto. Saiu da sala dele contendo o tal sorriso e aproveitaria os minutos finais do horário de almoço para juntar aquelas folhas impressas às demais e ir ao encontro de quem deveria encontrar para entregar aqueles documentos, Vic Hoskins. Ouvira boatos de que ele talvez fosse tão sem escrúpulos quanto ela, e de fato, ao encontra-lo como chefe de divisão da segurança da InGen não teve dúvidas de que aquele homem corpulento era tão desprezível quanto ela ao trair a própria empresa. Mas claro, ela não poderia falar, pois naquele momento trajava também o uniforme da empresa.
 
Minutos depois do furto, Emily Fulton levava os sapatos escuros e confortáveis pela terra fofa ao local de trabalho de Hoskins. A calça de tecido azul escuro e bem cortado, bem como a camisa branca aderente marcando bem a sua silhueta, parte do uniforme da sua ordem na empresa, deveriam continuar exercendo a função de credibilidade à loira fazendo com que andasse por qualquer lugar livremente. Mas ao se aproximar do galpão onde o traidor estava não foi bem o que acontecera. O fato de haver uma mulher ali chamava atenção dos demais que lidavam diretamente com Velociraptores. Em meio ao barulho daqueles homens, ela fez um sinal para que ele se aproximasse e só pelo olhar e o sorriso vitorioso junto aos papéis junto ao corpo ele já deveria saber do que se tratava. Teve certeza quando ele a chamou para irem para a sala dele, um lugar mais reservado. –Você foi rápida!- Admirou-se com a ousadia da garota de conseguir tamanha proeza em poucos meses como novata, talvez ainda até como em experiência. –Você acha?- Havia cinismo na sua voz. Para ela os meses ali pareceram uma eternidade e ela não desejava mais ficar.  Ele a respondeu com um olhar hostil apenas, antes dela continuar e entregar a ele uma passa contendo uma pilha de papéis considerável. –Não os perca! Não usei dispositivos móveis ou nada que fosse mais fácil de rastrear ou condenar que o computador foi violado. Deixei o menor número de pistas possíveis, mas nada que livre alguém da condenação se descobrirem. Caso procurem, só vão saber que o arquivo foi aberto e impresso em determinada data e hora. Depois disso, as câmeras de segurança serão acessadas.- A essa hora nem mesmo a imagem das câmeras de segurança a preocupavam. Se por algum motivo que ela desacreditava ocorrer os preguiçosos da informática resolvessem conferir e achassem qualquer violação na segurança, contava com o nome de Thomas Felt nos arquivos. Quando resolvessem olhar os vídeos ela já estaria bem longe dali e talvez a verdadeira Emily Fulton teria o trabalho de provar que não tinha culpa de nada enquanto ela também ganhava tempo. A verdade é que ela havia se garantido ao longo dos meses, além disso era improvável que descobrissem o que ela havia feito, tanto quanto a ideia de alguém roubar as informações da InGen sendo que aparentemente nem mesmo havia uma concorrente para competir no mercado. Caso precisasse, tinha toda a fuga arquitetada em sua mente e já se sentia vitoriosa por isso quando ele foi direto ao ponto enquanto contemplava os papéis completos. –Muito bem!  A BioSyn está satisfeita com o seu serviço. Assim que sair desta sala ligarei para a chefia que fará o resto do pagamento. Você terá sua bolada ainda essa noite.- Então ele apoiou as mãos sobre a mesa e passou a olhá-la de um modo que ela não gostava. –E até o triplo, se quiser. Estamos ofertando o triplo caso estiver disposta a nos arrumar alguns exemplares vivos.- A loira abriu bem os olhos enquanto a boca caía, espantada e preocupada. –Isso que nos deu é essencial para a reprodução e garante a produção de exemplares pela BioSyn. Mas que infelizmente vão demorar muito a ficar prontos. Temos pressa!- Bella respirou fundo tentando processar aquela ideia. Dessa vez, nem mesmo o dinheiro em quantidade absurda parecia o suficiente para prendê-la naquela ilha por mais algum tempo. Estava confiante o bastante para saber que conseguiria efetuar o trabalho se quisesse. –Sinto muito! Não posso aceitar. Estou comprometida com algo muito mais arriscado.- Então mentiu descaradamente depois de assegurar que não a pegariam. Mesmo inescrupulosa, não se sentia a vontade para contribuir com o show de horrores nem mais um instante, muito menos para a exploração incerta dos animais que para ela, deveriam ter permanecido extintos.
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Jurassik World - The World Of Dinosaur Empty Re: Jurassik World - The World Of Dinosaur

Mensagem por Ethan Curtis Sáb Ago 29, 2015 9:26 pm

Acostumado a despertar todos os dias com centenas de buzinas, vozes diversas e motores martelando seus ouvidos, neste dia, acordou incomodado com o silêncio. Uma indolência imediata se fez presente assim que constatou ter dormido durante o próprio ofício. Um certo caráter de estranheza se interceptou entre o burocrata e seu suposto nicho, numa sensação familiar, desde que chegara à Costa Rica. A irritante sensação de não saber onde se enfiou não cessava, se fazia presente diante de cada decisão tomada. Acordou tão estonteado que nem teve a noção inicial do quanto dormiu. O sol não batia pela janela, então resolveu deduzir que já não era mais dia. Com as vistas ainda diminuídas, como quem não tem determinação suficiente para escancara-los, Ethan, num v gesto automático, levou a canhota face aos olhos e o que viu o deixou aflito. Esfregou um dos olhos enquanto fixava o outro nas horas marcadas. 20:00 em ponto. Hora de ir pra casa, dizia pra si mesmo, enquanto desviava os olhos em direção à janela, numa resposta ao vento que invadiu o escritório e confrontou-lhe a face. Como se fosse um convite, Ethan rumou às janelas escancaradas estancando frente à elas. Não demorou a avistar um grupo razoável de ativistas/ambientalistas – cerca de 5 ou 6 dezenas – armando um acampamento em frente a sede administrativa do Jurassic World. Agora inativos, Curtis lembrou-se que pela manhã e durante a tarde esse mesmo grupo não o deixara trabalhar devido a uma militância predisposta a interromper o funcionamento do parque local. Os cartazes, faixas, gritos indicavam sua reivindicação radical de fechar o parque que girava em torno do argumento básico da anti-naturalidade das atividades locais. Da gênese artificial dos dinossauros até o uso indiscriminado e trivial desses pela espécie humana, Ethan se fez, no mínimo, reflexivo diante do acontecimento. Internamente, costumava culpar-se pelo silêncio que adotava diante de conjunturas adversas. No entanto, após presenciar o avanço da tecnologia, não optar por ela seria ato criminoso, em sua inédita e radical concepção. A escolha pelo bem, na sua visão, parecia indissociável da predileção por um mal aparentemente menor, em que optar um lado correto se confunde com a escolha pela a barbárie de efeitos aparentemente menores. No fim, restava-lhe, numa escolha moral, pagar pelo preço de determinar com que “crimes” estava preparado a sujar as mãos. Num cálculo imoral e incerto, sua consciência apontava por aceitar.

Atualmente, Ethan é uma espécie de braço direito do Sr. Masrani. Num passado próximo, foi um dos jovens administradores disputando espaço aos tapas na constelação de Hugh Archer. No processo, aprendeu sobre a máquina política, econômica e administrativa como poucos. Ao chegar a Masrani Energy, recebeu um turbilhão de críticas internas por ser “jovem e inexperiente”. Reverteu tais rumores adversos mostrando serviço.  Em Jurassic World,  Masrani percebeu que, após quatro anos de inércia e imobilismo administrativo, uma nova estratégia nesse sentido se fazia necessária. A escolha de Curtis, em detrimento da hipotética permanência de Archer ao cargo, pôde indicar algo nessa linha. Já Ethan, por sua vez, ainda que hesitante, decidiu aceitar o desafio de gerir o parque, mesmo após os incidentes dos anos 90. Após a insistência do indiano decidiu aceitar a oferta de emprego.

Ainda observava o movimento de fora quando foi surpreendido pelo abrir lento da porta. Meio segundo depois, uma figura anciã se fez presente. Viu um nariz em forma de batata, reluzente em seu extremo, perfurado como casca de mexerica. Sua boca era espantosamente juvenil num contrassenso em relação ao resto da anatomia flácida. As orelhas, assim como o nariz, eram amplas com lóbulos ainda maiores pareciam distendidos pelo peso da própria idade. Três fendas frouxas e horizontais e  paralelas delimitavam na testa as marcas da experiência. Experiência essa que o fez forte em toda a sua vida profissional. Experiência essa que o fez um dos cargos mais importantes de um dos investimentos mais importantes do último século. No fundo, Hugh Archer via em seu concorrente, Ethan Curtis, um sujeito digno de pena. Apesar de ter perdido a batalha, a sensação inicial de derrota de Archer logo se esmaeceu, dando lugar a um sentimento forte de alívio e conforto.

- Não achei que estivesse aqui. –
disse, fazendo uma referência ao fato de não ter batido à porta antes de entrar. – Já são 20:15 – concluiu, deixando claro de que se lembrava dos detalhes e atribuições de seu antigo ofício. Sua voz era rouca, mas indicava firmeza. Seu olhar não pôde ser julgado por Curtis uma vez que o velho não se dignou a olha-lo. Mirava exclusivamente para o objeto que se propôs a buscar. Uma caixa média, com alguns pertences de escritório. Os sete meses em que o homem demorou a tornar para busca-lo demonstrava o “entusiasmo” ao fazê-lo. Ao alcançar os sessenta e sete anos de idade, os pertences do ofício pouco lhe importavam. Tinham pouco ou nenhum valor. Ao passo que para Ethan, tudo parecia diferente. Archer não pôde deixar de sorrir depois de perceber o cuidado do novato ao embalar coisas que sequer eram deles. Mesmo a prudência ao informa-lo, mês a mês, de que poderia buscar os objetos em questão, ainda que o velho não demonstrasse vontade algum em fazê-lo. “Ingênuo”, pensava Archer sobre Ethan.

- Apesar da idade, tem boa memória. –
cutucou Ethan, numa abordagem mais cínica que a costumeira. Os anos de disputa o deixou calejado e arisco. Arisco o suficiente pra encarar quase toda frase do adversário como uma ofensiva, como uma afronta. Sem saber o que aquilo realmente significou, não se contentou com a defensiva, logo contratacando-o.

Archer, por sua vez, soltou uma gargalhada alta. O velho rira tanto que quase se engasgou com sua felicidade. Ethan o observava sério, com as sobrancelhas arqueadas, como quem não compreende tanta eloquência. Alguns segundos se passaram e a risada, ao invés de cessar, só aumentava. O semblante de Ethan expressava pura impaciência. As sobrancelhas tensionadas e o sacudir da perna direita, o pigarrear numa sonora considerável, o coçar da nuca [...] Ethan estava realmente constrangido. Quando o velho finalmente conseguiu parar, não antes de falhar por duas ou três vezes, limpou sua garganta enquanto finalmente dirigiu eu olhar para o novato – Eu realmente criei um monstro. Olha pra você... um vencedor ferido, despenado. Assustado. Mal sabe no que se mete. Ethan pensou em retruca-lo mas os limites da própria consciência lhe serviram como barreira, tapando-lhe a boca e o instinto de fala. Afinal, mal sabia mesmo por onde se metia. E transmutar a própria consciência numa fala que a difere, que a viola, não era exatamente feito com maestria. Pelo contrário, as reações anatômicas de Ethan diante de uma mentira por ele formulada eram absolutamente transparentes. No fim, deteve-se e se manteve calado, dando vazão à fala do outro. – Sete meses na direção e conseguiu dois protocolos que não consegui em anos. O estranho é que não me sinto derrotado por isso.

Ethan sabia bem as orientações políticas e éticas do velho à respeito dos êxitos por ele conseguido nos últimos meses. A criação de dois exemplares de Indominus Rex lhe custou inúmeras reuniões em congressos de Bioética. Não que a ciência fosse seu forte, mas o dom diante da politicagem, a facilidade na intervenção e consolidação de acordos, o carisma, a diplomacia, e o entendimento na composição de interesses lhe trouxe êxito nas manobras do Congresso de Xangai.  Mas era a sua profunda ignorância sobre a primeira o acionador de tantas discordâncias entre ambos. Para Ethan, e retórica contra a desextinção e hibridismo era válida e até se mostrava empático, mas na hierarquia empresarial do Sr.Masrani a sua opinião pouco importava. Sua missão ali era apenas materializar idéias desenvolvidas por outros. No trabalho, ateve-se a sua função. Mentalmente, não. O fato era que tudo isso lhe causava uma dissonância cognitiva permanente que, por vezes, lhe tiravam o sono noturno. No que diz respeito às consequências, Curtis guiava-se mais ou menos numa direção exata: para ele, a ação correta é aquela que reduz o impacto negativo de uma decisão ou promove resultados positivos. "Negativo" ou "positivo" geralmente diz respeito ao bem-estar de algum indivíduo ou alguma sociedade. – Não compreendo sua insatisfação diante do último. Sabe exatamente o que o Indominus nos trará. Sequer falo dos ganhos materiais de curto prazo, não falo dos lucros. E acho que você sabe também que as tecnologias criadas e ratificadas aqui são usadas na medicina, na agricultu... –

- Na guerra –
interrompeu Archer. Nocauteado, Ethan deixou os ombros penderem, desfazendo sua postura ereta. Archer sabia que, diferentemente do chefe de segurança Vic Hoskins, Curtis não via as criações do Jurassic World como objetivos bélicos. Eis o impacto negativo de maior preocupação do novo diretor.

- É um progresso, Hugh. Eu sei das suas orientações religiosas. Não sei exatamente o porquê de estar aqui durante todo esse tempo. Mas saber que se trata de progresso é uma obviedade. Até pra um deísta ou um carola... como você. –
Ethan não pôde deixar de cutuca-lo, novamente. O velho era bem intencionado, mas nos últimos meses de profissão agia feito um pastor ou um padre. Embora, claramente a Hugh defenda muita coisa que Ethan acredita, esse não gostava de defesas de baixa qualidade às ideias que costumava acreditar. Por má qualidade, Ethan deduzia “caráter religioso”. Quando métodos ruins são usados para justificar coisas corretas, a crença na coisa correta de quem usa os métodos ruins pode ser creditada à sorte, ao acidente e para o velho, à Deus. Archer tinha métodos ruins para defender uma ideia correta incorrendo assim de alguma hora defender uma ideia errada, na visão de Ethan. Quando se deu por derrotado, não foram poucas as vezes em que a voz de Hugh se fez presente proclamando aos berros que o homem brinca de Deus.

- Em excesso, as noções de progresso começam a regredir até uma outra forma de matutice, como a história que eu ouvi daqui mesmo de uma moça  nova-iorquina que chorou de medo quando viu uma galinha. –
Archer sorriu novamente, entre algumas tossidas antes de segurar sua caixa e ensaiar uma retirada. No entanto, de súbito o semblante leve se fez duro. O olhar seguro se tornou vazio e a boca tremulou. – Em juventude, o resto das nossa vida parece eternidade e vamos julgando que restará tempo pra tudo. Nisso nos parecemos. – disse, surpreendentemente, o velho. A vida pessoal de Archer sempre foi mitificada, especulada, julgada. Rezavam aos quatro cantos que o sucesso do trabalho se deu em detrimento de seu casamento, de seus filhos, amigos, laços fraternais num geral.

Como se fosse um aviso, a última frase do velho ecoou a mente de Eth por algum tempo. Tanto que sequer notou a partida do velho dali. Sua vida tinha um aspecto linear com poucas rupturas, poucos desvios. Geralmente se definia num viés profissional. Afinal, sua vida poderia se resumir à isso: trabalho. Ao resto, seu descaso. Laços afetivos de qualquer estirpe eram facilmente deixados em segundo plano. Focava-se tanto na própria existência, no próprio trabalho, nos artigos que deixou de escrever, no livro que não terminara de ler, nos dez minutos de intervalo entre uma reunião e outra, que julgou ser esse um suposto fator determinante na última fala de Archer.

Abandonou o local de trabalho rumo ao alojamento, há uma distância considerável dali. Adentrou o carro, dando a partida, rapidamente. Ao caminho, a lembrança inevitável dos últimos dias e da aflição de Masrani. Estranhamente, o chefe lhe tomara como confidente, como se outro caminho não lhe restasse. O indiano parecia pungente, ansioso e exageradamente paranoico. Em seu íntimo, Curtis o via e o comparava como um sujeito consciente da própria morte cuja única opção de vida era esperar por ela. No entanto, a morte não era a causa real da aflição em questão. A desconfiança de uma traição, de um suposto motim se fazia presente, ao menos na mente de Simon (Masrani). Porque evidência, de fato, não existia. Sequer indícios. E por mais que o diretor insistisse numa paz absoluta no reino, o monarca não parecia se convencer disso. Em uma sala trancafiada, o indiano lhe revelou alguns nomes que, no mínimo, causavam-lhe certa inquietude: Benjamin Milligan e Jorge Cortez, ambos acionistas do Jurassic World, decepcionados com a leve queda dos valores do Parque nos últimos anos; Joaquín Rivera, atual presidente costarriquenho; Vic Hoskins, chefe da divisão de segurança da InGen. A esse último, as respectivas alcunhas e histórias que contavam sobre ele, tornavam-lhe suspeito indelével. Em contrapartida, nenhuma evidência se fazia clara suficiente pra incrimina-lo. A Ethan, Masrani reservou a incumbência de vigia-lo de perto. Mas não pensava em deixar o diretor absolutamente só, nessa jornada.

Alheio aos outros nomes de supostos inimigos, o nome de um suposto amigo: Sergei Dragunov. Muitas foram as operações das quais participou pela Rússia, as quais contribuíram pela boa reputação do soldado. Simon o definiu como “frio e cirúrgico” diante de situações que resultam em ações contrárias em relação a qualquer outro soldado. “Um distinto”, dizia o indiano, com certo ar de entusiasmo. Por mais que se percebesse admirado pelas considerações pelo chefe ditas, Ethan o achou dispensável. Para sua sorte, o régia se mostrava obstinado em contrata-lo. Para o seu azar, missão de contrata-lo foi destinado, novamente, para si. Perdeu as contas de quantas negativas russas recebeu nos últimos dois dias, na tentativa de alicia-lo. Todavia, Masrani se fazia inflexível diante da presença do russo por aqui. Ethan, por consequência, deveria retornar suas tentativas. Tudo parecia difícil e nada o sensibilizava. Afinal, era possível que o soldado guardasse para si um sentimento assertivo de anti-americanismo originado e perpassado pela Guerra Fria. Por que, afinal, ele se meteria numa briga interna de capitalistas?  E foi esse último pensamento que o fez um vencedor. Ao distribuir as variáveis “Vic Hoskins”, “dinossauros” , “guerra” e “exército americano” numa equação de soma, a resultante não se fez negativa, como nas últimas vezes. Fez-se apenas o silêncio, numa analogia a uma suposta neutralidade, afinal. “Progresso”, pensou Ethan, diante do extenso que se pôs entre os dois. Posteriormente, a positiva de que tanto necessitava. Viria para o Jurassic World em dois tempos. “Coincidentemente”, um novo cargo seria aberto e entregue ao senhor Dragunov.

No dia seguinte, se viu aliviado por ter encontrado uma saída. Suas energias poderiam ser voltadas, novamente, às suas tarefas originais de diretor. A outra trama dependia da presença do russo para ter alguma continuidade. O primeiro dever do dia lhe causou certa curiosidade. Uma das visitas do parque, um pequeno chamado Jonathan, o interceptou lhe, se auto-proclamando fóssil, cobrando do diretor uma nova atração com seu próprio DNA. Segundo a criança, a promessa viria da profissional Fulton. Ethan pensou em rir da situação, mas assim que viu o crachá da criança, nunca se viu tão sério. O sobrenome “Milligan” denunciava que o alvo da brincadeira era filho de um dos principais acionistas e sócios do Jurassic World. Um sorriso se desenhou, de fato, mas de forma completamente amarelada. Não tinha muito jeito com crianças, sabe-se lá como conseguiu ludibria-lo novamente. Mais tarde constataria que tal façanha não fazia de si um esperto, mas fazia do guri um abobado. “A segunda vez em um dia”, pensava Ethan enquanto procurava por Emily Fulton nos limites do Jurassic World. Enfurecido pelo ocorrido, mas não menos racional, já sabia consigo o castigo que daria. Afinal, era-lhe bem conveniente um pretexto para terceirizar a missão de buscar o soldado russo. Um castigo nunca foi tão bem planejado.

Ao encontra-la no padoque dos raptores, visualizou a imagem inóspita de Hoskins se distanciar do alvo que tanto caçara dia a fora. Ethan não soube o que pareceu mais estranho: o fato de encontra-la por lá, o fato de encontra-la próxima dele ou o fato de Vic se afastar dela assim que o mesmo percebeu uma aproximação sua. De alguma forma, a presença do diretor o constrangeu, visivelmente, para que o chefe de segurança se afastasse. Por fim, deu de ombros, e prosseguiu rumo à imagem a que procurou durante parte do dia.
- Emily Fulton, certo? – indagou, às costas dela, enquanto cruzava os braços sob o peito, numa posição que denotava ares de satisfação.
Ethan Curtis
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