Elysium, o refúgio RPGISTA
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MANCHADO DE SANGUE

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Mensagem por Convidado Sáb Fev 21, 2015 4:18 pm

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SINOPSE


"Alguns minutos se passaram enquanto a floresta ia cada vez mais tornando-se fechada e escura. Ambos estavam em silêncio, até que o mais alto e robusto puxa o braço do menor com força por cima da ferida exposta, onde o sangue continuava escorrendo. Seus olhos ficaram vermelhos e as veias realçadas ao redor das orbes castanhas.

Você quer uma mudança na sua vida, rapaz? — Indagou com a voz grossa e ofegante, enquanto o outro soltava um gemido de dor e o olhava incrédulo. — Eu tenho uma vida para lhe proporcionar."



INFORMAÇÕES/AVISOS:


Classificação: +16
Categorias: Originais 
Gêneros: Darkfic, Drama, Fantasia, Mistério, Suspense, Tragédia
Avisos: Álcool, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Homossexualidade, Incesto, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Tortura, Violência

Capítulos: 1 (2.077 palavras) | Terminada: Não
Anonymous
Convidado
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MANCHADO DE SANGUE Empty Capítulo um

Mensagem por Convidado Sáb Fev 21, 2015 5:48 pm

MANCHADO DE SANGUE 5zhtNsN


A MORTE É SÓ O COMEÇO
CAPÍTULO UM


  O homem andava de um lado para o outro no centro da sala de visitas enquanto tragava compulsivamente seu cigarro já quase no fim. Seus olhos mudaram de cor conforme sua respiração aumentava a força, fazendo seu peito subir e descer rapidamente, embora não houvesse um coração que batesse em seu interior para transportar oxigênio pelo corpo. A cada passo forte que dava no assoalho brilhante e impecável da mansão, seu punho direito abria e fechava com tamanha força, que deixava exposto em sua pele pálida as veias ressaltadas. Seus movimentos pararam assim que o telefone tocou do segundo andar, fazendo-o largar o cigarro terminado no cinzeiro defronte à porta de saída e correr pela escada circular, que daria espaço a um amplo corredor que interligava os quartos. O homem esguio, de trajes formais e pele extremamente pálida atendeu o telefone no segundo toque, porém não falou nada, apenas ouviu receoso e em silêncio. Do outro lado, uma voz calma e feminina falou: – Williams? Will? Por que não veio na reunião? O que está acontecendo? – Indagou seguido de um suspiro profundo. Parecia angustiada. - Hoje nos reuniremos novamente, às 21h, na casa do Louis. Precisamos de você, Will. Ele está aqui.. – A boca dele se entreabriu e seus olhos brilharam ao ouvir. – Não nos abandone. Estarei te aguardando. Mellanie. – Esperou que ele falasse algo durante alguns minutos, mas não obteve respostas, então desligou.

   Williams colocou o telefone no gancho e bateu com o punho fechado na mesinha de madeira, que caiu no chão partida ao meio, causando um pequeno estrondo. Seus nervos do pescoço ficaram expostos e ressaltados com a ação bruta, seus olhos se fecharam com força e sua respiração novamente ficou alterada. As palavras que a mulher disse mexeu com ele de uma forma muito intensa.

Não pode ser.. O que ele faz na cidade? Veio perturbar meu sossego, sim, veio! – Bufou em um tom alto, mesmo sabendo que ninguém iria escutá-lo, já que a mansão era localizada no fim de Londres, entre duas grandes florestas. Andou pelo extenso corredor e adentrou um cômodo amplo que continha apenas uma longa estante de livros, um sofá, um pequeno armário e uma escrivania com alguns papeis e um notebook. Suspirou enquanto violentamente empurrava a porta para fechá-la. Dirigiu-se até o armário e pegou uma garrafa de whisky, abrindo-o enquanto se sentava no sofá. Após beber um gole generoso da bebida forte, seus olhos se fecharam e ele ficou imóvel, parecia refletir algo profundo em sua mente silenciosa.

Flashback


Londres, 15 de dezembro de 1991, 09:30.


   O sol brilhava forte no imenso céu azulado de uma manhã comum em Londres. Talvez não fosse tão normal assim, já que eram raros dias de sol. Na rua, a movimentação era notória e o trânsito, como de costume, estava parado. Dias como esse causavam uma certa euforia nas pessoas e principalmente nas crianças, que aproveitavam para brincar nas praças, o que irritava extremamente um homem que todas as manhãs caminhava pela calçada usufruindo do silêncio e calmaria do ambiente. Sua aparência era robusta e cheia de detalhes. Seu rosto possuía feições bem definidas e marcantes. Sua pele extremamente pálida e lábios bem rosados chamavam atenção, mas o que mais o destacava, eram seus cabelos que se estendia até metade das costas, lisos e escuros. Seus trajes eram formais e muito bem adaptados a nova moda. Suas mãos estavam cobertas por luvas negras e quentes, pois mesmo com um sol estampado no céu liso, o tempo estava bastante frio, condizente a estação.

   A única coisa estranha além do sol em pleno inverno, era o vento que soprava na direção contrária ao sol, carregando consigo um odor forte de ferro, que adentrava as narinas do homem, que agora havia se sentado em um banco vazio a beira da praça movimentada. Assim que tragou o cheiro, seus olhos pareceram ganhar um tom avermelhado, mas assim que piscou e respirou profundamente, retornaram a cor normal, um castanho bem claro. Cerrou as órbes por um breve momento enquanto se erguia, permanecendo em pé, até que abriu os olhos e iniciou uma caminhada lenta e em passos fortes, seguindo a direção do vento que acabara de surgir. Andava em uma linha reta, sem perceber que estava esbarrando nas crianças que corriam por ali, deixando os pais assustados e chamando atenção dos olhares ao redor. Além da praça, o visual moderno da cidade surgia aos poucos, deixando para trás a vegetação viva. Prédios altos, igrejas antigas, comércios, tudo ganhara um tom sofisticado depois de alguns anos. Ele parecia não notar as pessoas na rua, muito menos onde pisava. Era como se soubesse todos os lugares de cor e salteado. Como se tivesse vivido muito tempo ali. Os carros estavam agora em um ritmo calmo e ele já havia passado pelo sinal da rua, atravessando até o outro lado passando pelos poucos carros que buzinavam sem parar tentando fazer com que ele parasse, mas nada adiantava, ele continuou com a caminhada, que agora estava ganhando mais ritmo. A pressa indicava que ele estava perto do destino. Suas narinas se contorciam e sugava mais uma vez o odor e com isso, sabia de onde estava vindo. Virou uma esquina, que dava espaço para um beco estreito e escuro, apesar de ser dia. A luz do sol não conseguia alcançar aquela parte da rua.

   Assim que adentrou o beco, seus olhos novamente se fecharam assim como os seus punhos, por uma brecha de luz de uma lâmpada existente em um dos postes pichados, era possível ver as veias que contornaram os olhos, pois estavam bem ressaltadas em sua pele extremamente pálida. Suas artérias e músculos também eram visíveis. Deu um passo a frente e em seus lábios, agora entreabertos, era possível visualizar uma espécie de sorriso, um sorriso de quem encontra o que quer, mas nada era tão assustador ao que acabara de surgir em seus dentes tão brancos quanto a pele. Em seus caninos inferiores e superiores surgiram uma ponta triangular, como se tivesse crescido e ficado em um tamanho anormal para dentes caninos humanos, mas parecidos com presas mortais e extremamente afiadas. Assim que abriu os olhos, as presas desapareceram e então ele recomeçou a andar, mas agora com cautela e fugindo da luz fraca que vez ou outra ficava falhando. Tudo voltou a ficar escuro e ele não podia mais ser visto por olhos humanos. Seus passos eram inaudíveis e sua respiração nem parecia existir. O lugar aparentemente estava vazio, até que quando passou por um outro poste, que guardava outra lâmpada, ele visualizou a figura masculina e encurvada ajoelhada defronte a parede no fim do beco sem saída. O garoto ajoelhado era magricela, tinha cabelos curtos e castanhos bem claros, usava roupas causais e surradas, sua pele estava suja, mas o que mais chamava atenção, era que em seu braço esquerdo, havia uma ferida do tamanho de um palmo exposta, parecia recente, já que o sangue ainda escorria pela pele encardida. Williams sorrateiramente aproximou-se pelas costas enquanto sugava o cheiro fresco de sangue com tamanho prazer sem emitir qualquer som. Depois de alguns minutos se deliciando, inclinou seu corpo sobre o menino, que permanecia inerte, e o envolveu pelo pescoço com um braço. O ato foi rápido, o garoto não tinha como escapar, mas parecia não querer isso. Abriu os olhos mostrando as orbes azuis e chorosas, e sibilou algo com a voz falha enquanto respirava fundo, a voz pareceu voltar.

Voltou porque não concluiu o trabalho? Faça o que tiver que fazer.. – E então cerrou os olhos novamente.

   Williams já havia se aproximado o suficiente para que seus lábios ficassem colados ao pescoço do menino com as presas novamente expostas e os olhos semicerrados, mas assim que ouviu a voz rouca, afastou-se sem soltar o pescoço com o braço.

Talvez você não deva desperdiçar a sua morte assim. Só há uma.– Disse o homem robusto enquanto se erguia do chão trazendo consigo o garoto preso pelo pescoço. – Talvez haja para você algo melhor que a morte eterna. – Aproximou o nariz na pele macia do outro e sugou com volúpia o odor que exalava o sangue quente que corria pelas veias. Logo o soltou e desconhecendo tal ato, virou-se defronte para poder olhá-lo profundamente nos olhos. – Venha comigo. – Pediu, como se outra opção fosse existente, com seus olhos castanhos mel grudados aos azuis do menino, que estava embargado de lágrimas.

   Parecia ter sofrido muito até chegar ali. Seus olhos passavam dor e angústia, um sofrimento tão intenso quanto o corte fundo e exposto em seu braço, que necessitava de muitos pontos. Não tinha para onde ir e nem era capaz de matar a si mesmo. Não tinha outra alternativa a não ser aceitar o convite do outro, mesmo não entendendo o porquê que ele estava fazendo isso se nem ao menos o conhece. Os dois seguiram andando em direção a saída do beco em um silêncio pleno e um pouco assustador. Williams sentia uma mistura de satisfação e angústia ao mesmo tempo, por depois de tantos anos, ter conseguido uma vítima sem precisar matá-la. Havia se isolado dos outros para poder seguir seus próprios comandos. Seguir regras nunca foi seu forte. Depois de meia hora de uma caminhada longa, ambos chegaram a uma trilha entre várias árvores ao final da cidade. O robusto parecia não ter caminhado nada, já o menor estava cansado e ofegante. Mais a frente, podia-se ver uma enorme mansão, que ficava depois da floresta. Recomeçaram a andar entre as árvores, desvencilhando das plantas altas e dos galhos. A terra onde pisavam estava completamente coberta por folhas secas e frutos maduros, que provavelmente servia de alimento para os pequenos animais que vivem por ali. O sol já estava em seu ápice, o que indicava que a tarde finalmente havia surgido.

   Alguns minutos se passaram enquanto a floresta ia cada vez mais tornando-se fechada e escura. Ambos estavam em silêncio, até que o mais alto e robusto puxa o braço do menor com força por cima da ferida exposta, onde o sangue continuava escorrendo. Seus olhos ficaram vermelhos e as veias realssadas ao redor das orbes castanhas.

Você quer uma mudança na sua vida, rapaz? – Indagou com a voz grossa e ofegante, enquanto o outro soltava um gemido de dor e o olhava incrédulo. – Eu tenho uma vida para lhe proporcionar.

   A verdade era que algo no garoto chamou a atenção, sendo que se não fosse por isso, talvez estivesse agora já morto. Algo mexeu de alguma forma com ele, que o tivesse feito pensar que a vida que ele levava fosse a salvação melhor que a morte eterna. Suspirou enquanto mais uma vez sugava o cheiro da pele do garoto, que estava sem reflexos, porém assustado.

Meu nome é Louise eu.. Eu não estou entendendo. Eu já desisti de tudo.. Não creio que exista uma nova oportunidade para mim, senhor. – Disse com a voz fraca e baixa, quase que um sussurro. Tossiu e fitou nos olhos de Williams tentando encontrar algo e assim que notou os olhos vermelhos, deu um passo para trás. – Os seus olhos.. Estão.. Verm.. – Antes de concluir, o robusto o pegou pelos braços e o empurrou contra uma árvore, olhando-o nos olhos, com a respiração ofegante.

Não diga nada. Vai ficar tudo bem. Feche os olhos. Fecha os olhos e não se preocupe. Depois de hoje, sua vida se tornará a melhor. Todos irão pedir desculpas a você. Eu posso ver isso. Apenas feche os olhos e esqueça o que você é agora. – Disse enquanto o outro sem entender fechava os olhos.

   Williams também o fez e, aos poucos, aproximou-se do outro, com sua respiração bem próxima a pele fina e macia, respirou fundo, então pôde sentir suas presas se libertarem novamente e ficarem expostas sobre seus dentes, cravando-as no vão entre o pescoço e o ombro do Steve, que levou uma mão ao peitoral tentando empurrar e se livrar do ato insano. Soltava gemidos de dor e se contorcia, até que seus olhos se abriram por completo e em seguida, seu corpo miúdo e desgastado, caiu sobre as folhas secas, inerte.

Fim do flashback.


   Williams estremeceu brandamente com a memória que invadiu-lhe a mente. Seus lábios sugaram o líquido escuro como quem bebe um copo d'água, seus olhos se abriram e então a decisão veio. Levantou-se descansando o copo sobre a mesa e saiu em passos calmos do escritório, seguindo para a garagem, que se localizava atrás da mansão.


Primeiro capítulo terminado.


Última edição por Willian Lefevre Rosseau em Sáb Fev 21, 2015 5:51 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Aguardem o próximo.)
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