Passeio com o papai.

Tinha ansiado pelo dia seguinte. Até foi dormir tarde imaginando como seria. Passar o sábado inteiro com o pai. Ele ainda não tinha contado à ela onde iriam passear, se seria um piquenique, parque de diversões. Isso a fazia imaginar inúmeras coisas. Em parte era o motivo da euforia, não saber o que fariam, a permitia imaginar de tudo um pouco. Por outro lado, sabia que qualquer coisa seria boa, pois teria a companhia do pai, a qual tanto gostava. Eram raros os momentos que estavam juntos. Ora o pai tinha que trabalhar, ou ela ir para a escola.
Despertou antes de irem vê-la e escorregou pela caminha para o chão, colocou as pantufas de coelho e foi até a porta. Teve que empurrá-la com as mãos por não alcançar a maçaneta. Sabia exatamente para onde estava indo, o quarto do pai. Quando empurrou a porta dele, entrou sorrateira pela brecha. O quarto era iluminado pela luz do início do dia e ela escalou a cama agarrando as mãos gordinhas nas cobertas. - Papai, papai, acorda! - Empurrava ele bem de levinho no ombro. Não era o tipo de criança terrorista que fica pulando encima e acorda os outros no susto, o preferia fazer com o jeito meigo característico da pequena. - Eu vi o seu olho piscar. Ha! - E tinha visto mesmo, contudo, ele continua imóvel e aparentemente adormecido.