Elysium, o refúgio RPGISTA
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Mensagem por Vincent Dragunov Seg Dez 29, 2014 11:10 am




THE SAINT LOUIS ASYLUM

Crowthorne, Berkshire, England, United Kingdom - Saint Louis Asylum

"My secret side I keep hid under lock and key
I keep it caged, but I can't control it 'cause if I let him out
He'll tear me up, break me down! Why won't somebody come and save me from this?
Make it end, I feel it deep within it's just beneath the skin
I must confess that I feel like a Monster!"
──── Skillet -  Monster

Bethlem faz parte de Londres desde 1247, inicialmente como priorado para freiras da Ordem da Estrela de Belém. Em 1330 é mencionado como hospital e em 1377 passou a admitir doentes mentais, embora em 1403 contasse apenas com 9 pacientes. As condições eram consideradas ruins e o cuidado com os doentes principalmente restritivo. Pacientes violentos ou perigosos eram acorrentados ao chão ou às paredes. A alguns era permitido sair do hospital e mendigar. Era um hospital real, mas controlado pela Cidade de Londres após 1557.

O Hospital ficou famoso pela forma brutal como tratava os doentes mentais. No século XVIII, as pessoas costumavam ir ao hospital para ver os "lunáticos". Por um "penny" poderiam olhar dentro das celas, rir dos "espetáculos", geralmente de natureza sexual ou lutas violentas. A entrada era gratuita na primeira terça-feira de cada mês. Aos visitantes era permitido trazer longos pedaços de pau para cutucar ou irritar os doentes. Em 1814 ocorreram 96.000 visitas deste gênero.

Com o passar dos anos o tratamento dos doentes passou a apresentar mudanças com um processo de humanização do doente mental. As visitas passaram a ser proibidas, bem como o entretenimento e a exploração dos doentes, mas muitas atrocidades ainda continuaram a ocorrer. Desde terapias de eletrochoque e gelo, até sangrias e técnicas com instrumentos de tortura para conter e manter "sob controle" os pacientes. Atualmente a maioria das técnicas foram proibidas, mas ilegalmente experimentos diversos ainda são desenvolvidos às escondidas no que sobrou do Saint Louis Asylum.





Como se não bastasse o ambiente macabro e os experimentos ali realizados, existem ainda relatos de que o ambiente seja assombrado. Dezenas de funcionários já cometeram suicídio ou foram internados ali mesmo em função de suas alucinações. Boa parte das instalações está bem deteriorada pelo tempo mas ainda existem alas um pouco melhor conservadas, em condições de uso, então as atividades ainda continuam, embora bem reduzidas. O Saint Louis está oficialmente desativado, mas passou a ser usado não apenas para aprisionar os chamados doentes mentais, como também para queima de arquivo. Sempre que o governo britânico precisa se livrar de algum ativista, teórico ou líder de alguma organização que possa representar algum perigo à Coroa Britânica ou à sua "paz", esses indivíduos são enviados pra lá clandestinamente, sem deixar rastros. É como se deixassem de existir nos arquivos do governo, dados como mortos para parentes e amigos, evitando assim que haja alguma investigação sobre o paradeiro dos desaparecidos.

PS: Como sugeriu minha parceira de jogo nessa empreitada, a narrativa será realizada em primeira pessoa, o que já aviso que não é o meu forte, nunca tive uma narrativa como essa ainda, mas vamos tentar. Segundo ela, para melhor vivenciar uma trama de horror psicológico, a narrativa em primeira pessoa torna as experiências mais profundas, mais íntimas e permite explorar mais a psique do personagem. Veremos no que isso vai dar.

Vincent Dragunov
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Mensagem por Vincent Dragunov Dom maio 31, 2015 3:20 pm



────⊰☫The Saint Louis Asylum - Crowthorne, Berkshire, England - United Kingdom

Minha consciência começava a voltar naquele momento, bem como meus sentidos, abri os olhos e com a visão ainda muito embaçada, fitei o teto daquele aposento, que mais parecia uma masmorra, toda em concreto, sem janelas ou qualquer ponto para circulação de ar. Fazia um frio de arrepiar os ossos, intensificado pelo corpo e as vestes encharcadas, deixadas assim, certamente de forma intencional para testar todos os meus limites por quem quer que tenha efetuado a captura. Minha cabeça estava tombada para trás, possivelmente pela exaustão física que me fez perder os sentidos, senti dores por todo o corpo, não só pelo mal posicionamento, mas também pelas longas horas de tortura às quais fui submetido desde a captura. Pelo menos não haviam ossos quebrados, eu podia mover cada parte do meu corpo, embora essa movimentação fosse bem limitada pela presença das correntes em meus pulsos e tornozelos. Haviam tantas escoriações e contusões que perdi a conta, mas a mais dolorida delas era na porção lateral média da cabeça, que talvez tenha sido responsável por ter me nocauteado e ter fragmentado minha mente.
ᆤᆤ

Minha memória mais parecia um espelho quebrado. Haviam muitos pedaços dispersos, fragmentos de uma memória despedaçada que eu precisava recuperar para entender o que estava acontecendo á minha volta e o mais importante: os detalhes daquela missão que eu não poderia deixar de cumprir com sucesso, uma falha seria inadmissível. Tudo estava muito confuso, me recordei do momento em que decidimos atacar, tentei lembrar o nosso objetivo mas não consegui, nem nada sobre como fui parar ali naquele estado e o que aconteceu com meus compatriotas. Me recordava deles, eu não estava sozinho dessa vez, então precisava encontrá-los, saber se ainda podia contar com a minha equipe para seguir com o plano ou se já estariam todos mortos. Tentei me mover, olhar para os lados, mas a cela estava vazia, não havia nada além da cadeira de ferro onde eu estava sentado e acorrentado. Sem qualquer comunicação com o exterior além da porta de ferro trancada. Sequer poderia mensurar se era dia ou noite, mas pelo clima mais frio parecia ser noite, durante o dia a temperatura era bem mais elevada e mesmo molhado eu não sentiria tanto frio.

Movimentei as mãos, forçando as correntes nos pulsos já feridos pelo aço rente à pele, não que tentasse me soltar, apenas conferia a precisão de meus algozes e procurava aquecer um pouco as mãos ainda muito geladas pelo tempo que permaneci desacordado, tentava aumentar a pressão sanguínea para aquecer um pouco mais o corpo, fiz o mesmo com os pés procurando sentir que ainda possuía domínio sobre eles pois já estavam entorpecidos pela corrente apertada.

Minha visão ainda falhava um pouco, provavelmente foi provocada alguma lesão temporária em meu nervo óptico direito pelas pancadas na cabeça, mas dentro de algumas horas o sentido voltaria por completo. Senti também o gosto de meu próprio sangue e a dor na gengiva de um dente, o terceiro molar foi arrancado, provavelmente por ser onde implantaram o chip rastreador nele, como de costume em missões de infiltração, logo essa só poderia ser uma missão dessa categoria. O tempo se arrastava ali dentro, não havia nada para ver ou fazer, sem equipamento algum no uniforme militar, nada poderia fazer pra tentar me libertar e fugir dali, tentei apenas ficar forçando a minha memória a retornar, tentando reunir os fragmentos para criar uma linha do tempo concisa dos últimos fatos e assim passei o tempo, recuperando minha sanidade, até ouvir passos pelo corredor adiante rompendo o silêncio da madrugada.

A porta foi destrancada e se abriu, permitindo que eu encarasse mais uma vez os olhos de meus algozes. Haviam 4 deles, que caminhavam até mim, me tiravam da cadeira e me arrastavam para fora da cela. Acompanhei os passos deles com dificuldade, quase que sendo carregado pelos dois que me seguravam cada um por um braço. Os outros dois me apontavam as submetralhadoras PP-91 KEDR em calibre 9X18 mm, como se eu pudesse ter alguma reação naquele momento, estava acorrentado e com o corpo inteiro destruído...não poderia fazer muito naquela situação. Eles mais uma vez me conduziam pelos corredores do aeroporto militar até a sala de tortura. Já perdi as contas de quanto tempo tinha passado por lá, sequer tinha ideia de quanto tempo me restava para cumprir com êxito minha missão, ou se esta já teria sido declarada um fracasso.

Mais uma vez me deixaram deitado com as costas apoiadas em cima dos braços ainda presos e cobriram meu rosto com uma toalha molhada, jogando água em cima, aquela sensação era desesperadora, sem ter como respirar direito e sentindo a água invadir os meus pulmões como se estivesse a me afogar, mesmo sem estar imerso, podia não ser a pior das sensações, mas era bem incômoda. Eles me questionaram impacientes nos intervalos em que paravam de jogar a água:

──── Quem mais sabe dessa missão?!

──── Desculpe, senhor. Eu não posso responder a essa pergunta! ──── Respondi com o tom de voz habitual, firme e de boa entonação, ainda em inglês, o mesmo idioma com o qual me interrogavam, tentando disfarçar o sotaque russo marcante, mesmo sabendo que certamente eles já o tivessem percebido.

Desistindo da água, retiraram o que ainda me restava da camisa e me levantaram mais uma vez me conduzindo ao centro da sala. Com um açoite de couro com sete pontas, ele ameaçava, enquanto prenderam meus braços ainda acorrentados em um gancho preso ao teto baixo. Apoiei os pés no chão, mantendo a postura ereta diante dos inimigos, que começavam a açoitar minhas costas. Durante cinco anos treinei para ignorar a dor, não demonstrar. Alguns dizem que sou imune a ela, mas não. Infelizmente ela é existente. Posso não ter mais a mesma sensibilidade a dor que os demais, mas assim como os prazer as sensações de dor são reais e intensas. A única coisa que me difere dos demais nesse quesito é o fato de não demonstrar. Apertei os dentes e senti toda a musculatura do meu corpo se contrair a cada golpe. Minha técnica para desviar a mente da dor, era focá-la em outro ponto e canalizá-la de forma a suplantá-la com outras ações, nesse caso, o enrijecimento da musculatura e o ranger dos dentes. Dessa forma, conseguia me manter firme como uma rocha, ouvindo cada palavra de meus algozes, sem lhes conceder uma única resposta.

Perdi as contas de quantas vezes senti o açoite em minhas costas, tórax, rosto, pescoço e até nas pernas, mas meu objetivo foi alcançado. Eles se cansaram. Nervosos, desferiram socos e chutes, que senti como carícias depois de ter o corpo inteiro sob as pontas laminadas do açoite. Consegui manter a postura...mas começava a me perguntar por quanto tempo mais iria conseguir me controlar daquela forma. Eu precisava encontrar algo que pudesse me ajudar a me lembrar de tudo o que aconteceu e de uma chance para agir e me libertar. Finalmente cansados, seria um ótimo momento para agir, mas meu corpo estava exausto também e já não me obedecia, sequer conseguia contar a quantidade de socos, pontapés e até coronhadas que levei naquele momento, meus sentidos até voltaram a falhar e minha visão turvou, estava mais uma vez atordoado.

Só então me tiraram de lá, praticamente arrastado pelos corredores, mas dessa vez direto ao pátio. Pelo ângulo das sombras formadas sobre o chão já por volta das 10:00 da manhã, o sol estava bem quente, então certamente era verão e estávamos no horário mais quente do dia. Me levaram até o centro do pátio onde duas estacas cruzadas eram mantidas para prender os prisioneiros. Me prenderam pelos pulsos e pelos tornozelos, todos afastados para frustrar qualquer tentativa de fuga. Sob o calor escaldante eu tentava reaver meus sentidos mais uma vez, recuperando aos poucos o foco da visão outrora turva. Passei mais algum tempo me recuperando até finalmente conseguir avaliar o ambiente. À minha volta haviam mais alguns insurgentes, cerca de 5 muito bem armados, mas eu não podia ver nenhum de meus compatriotas, o que começava a me preocupar. Estranhei a presença de muitas pessoas ali vestidas com jalecos brancos, não era o que eu estava acostumado a ver em uma base militar, então percorri com o olhar todo aquele ambiente e pude perceber alguns equipamentos médicos sucateados jogados perto de onde me deixaram. Pelo visto, eu estava em um hospital abandonado. A única figura ali presente que não estava armada ou aprisionada, nem parecia ser parte da equipe de jaleco branco era a de uma garota. O soldado então direcionou a ela o seu olhar, buscando entender o que ela poderia representar naquele ambiente, precisava saber dela se seus companheiros estavam mortos ou se ela tinha alguma ideia de como ele foi parar ali, talvez ela soubesse de algo que pudesse ajudá-lo. Ele então fitava os olhos na garota, esperando que seu olhar encontrasse o dela para finalmente mover os lábios em idioma local sem emitir o menor ruído, tentando fazer com que ela o compreendesse só pela leitura labial, falando pausadamente: "Que lugar é esse?"


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