Elysium, o refúgio RPGISTA
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Mensagem por Sir Gawain Sex maio 29, 2015 12:56 pm





Caçada na Floresta das Fadas





Floresta das Fadas - Proximidades de Avalon


➳ Arthur, como meu tio e rei, rogar-vos-ei permissão para continuar essa caçada sozinho.

Exclamava o audacioso cavaleiro, temendo pela segurança de seu Rei enquanto desviava dos arbustos das árvores em rápida cavalgada ao longo da densa floresta, tendo em vista a proximidade que já estavam da Floresta das Fadas, de onde Morgana Le Fey foi a única mortal a retornar.

➳ Não, Gawain! Não mais permitirei que lutes minhas batalhas por mim, como o fizera com o Cavaleiro Verde!

Retrucava seu senhor. Gawain então jogava o próprio cavalo contra o de Arthur, interrompendo a cavalgada, com ambos os garanhões ofegantes. O atraso se fazia necessário, não arriscaria deixar que seu Rei se aproximasse da parte da floresta que pertencia a Avalon como fizera o traidor a qual perseguiam.

➳ Meu Rei, morreria dez vezes se os deuses de todas os povos assim me permitissem! Minha vida nada vale diante vossa importância para seu povo, senhor! Suplico que retornes a Camelot! A Bretanha precisa de seu Rei. 

➳ Parte de mim não quer que vá...mas devo aceitar que tens razão. Eu e toda Camelot aguardaremos ansiosos vosso retorno!

➳ Eu o farei somente com traidor em minhas mãos, meu Rei! 

Assim, Arthur redirecionava sua montaria para trás, seguindo a direção oposta de Gawain, que esporeia seu corcel Gringolet e acelera os passos em direção à tão temida floresta, tentando reaver o tempo perdido em discussão com seu Rei. O cavaleiro destemido já ouvira incontáveis histórias à respeito daquela floresta e de fato acreditava que em se tratando de uma floresta regida pela magia, nada de bom poderia vir dali. Magos, bruxas e outras criaturas viventes naquela região possuíam o poder de realizar os mais astutos truques e armadilhas contra cavaleiros como ele.

O homem que perseguiam era um mago já conhecido de Merlin (como Tielsin é conhecido na Bretanha) e fora acusado de conspirar contra o Rei quando utilizou-se de uma falsa informação para levar Arthur a deslocar seus homens com esperança de encontrar o Santo Graal, busca essa que instigava seu Rei mas ao mesmo tempo o cegava. Naquela ocasião Camelot fora ataca por saxões, certamente em comunhão com o maldito mago, que se apresentou somente como "Sangue de Gelo". Ele parecia ser um homem muito sério e falar a verdade, mas se mostrou traidor e Gawain jurou levar até ele a justiça de Camelot com sua espada, mas Arthur lhe ordenou que o capturasse com vida e o conduzisse até Camelot, onde seria julgado como cidadão comum e só então condenado à morte. Não o agradava a decisão, mas sendo estas ordens de seu Rei cabia a ele apenas acatá-las.

Cavalgava pela densa vegetação com dificuldades, mal conseguia ver o caminho à sua frente, tamanha era a quantidade de arbustos que cruzavam-lhe o caminho. Os corpos de cavaleiro e montaria prendiam-se aos cipós e galhos que pendiam diante deles, recebendo umas e outras escoriações ao longo de toda sua extensão. O cavalo, por vezes fincava os cascos ao solo tomando impulso para romper os arbustos que nele se cruzavam e pareciam tentar impedir sua jornada, mas Gringolet era um cavalo de guerra já familiarizado com as maiores adversidades. No entanto, o cavaleiro se preocupava com os ferimentos que embora pequenos, poderiam ser perigosos caso se tratasse de alguma planta venenosa. Ele então empunha uma das espadas, cortando os galhos que conseguia.

Viajaram assim durante exaustivas duas horas até que cavalo e cavaleiro já exaustos param para repousar. O traidor poderia ter seguido em qualquer direção, de certo tivera facilidade em conseguir despistar o cavaleiro. No chão, seria mais fácil encontrar algum rastro do fugitivo, então o cavaleiro desce de sua saudosa montaria e deixa-o à rédeas soltas, pois era treinado para acompanhá-lo e assim o faria mesmo diante do perigo, por essa razão tornara-se o corcéu preferido de Gawain, o qual já ganhou inúmeros animais de distintas cores e raças, mas nenhum superava Gringolet, o imenso Friesian Horse e pelagem totalmente negra mais longa nas extremidades dos membros e de crina e cauda longas e volumosas, assim como sua musculatura, muito densa e pesada.

Gawain procurava a sua volta qualquer sinal de que alguém pudesse ter passado por ali, mas nada avista, segue na direção que estava antes, esperando encontrar ao menos água para seu cavalo, depois prosseguiria na busca. Estava em notória desvantagem por não conhecer em nada aquele território enquanto seu inimigo parecia conhecê-lo tão bem e saber exatamente para onde seguia. Assim, cavalo e cavaleiro passam mais infindáveis duas horas em busca de qualquer sinal de vida por ali, ou qualquer pista de seu alvo, no entanto nada é encontrado até um momento em que a mata se abre revelando uma grande clareira onde havia construída uma cabana.

Tratava-se de uma construção bem simples nada ali chamava-lhe muita atenção, exceto pelo fato de se tratar de um local onde certamente haveria um morador da região, possivelmente o próprio "Sangue de Gelo" haveria de estar por ali. O cavaleiro então, empunhava ambas as espadas que carregava presas consigo, sem trajar uma armadura, apenas uma vestimenta reforçada feita em couro, fora tudo o que conseguiu pegar antes de sair de Camelot. Além das duas espadas possuía apenas um cantil com água, uma faca presa a cada bota e à cintura e as duas espadas leves outrora presas às costas. Caminhava de forma furtiva, tentando produzir o mínimo de som possível, o que era dificultado pela grande quantidade de folhas secas espalhadas pelo chão.

Gawain caminhava em volta da cabana, procurando avistar alguma porta aberta ou janela, mas ela parecia estar vazia. Pegadas saindo dali podiam ser vistas sobre o solo úmido da região, no entanto as pegadas eram pequenas e em nada pareciam com a de um homem adulto, menos ainda um homem desesperado. O cavaleiro intrigado caminhava até a porta e tentava abrí-la, ficando mais surpreso ainda ao perceber a facilidade em fazê-lo. Havia apenas uma tranca simples do lado de fora. "Também, quem viria aqui?" pensava Gawain afastando-se da porta em seguida. Não era de seu feitio invadir qualquer que seja o tipo de residência, mas a chance de encontrar o mago que perseguia tentava o cavaleiro a tal injúria, mas ele não o faz, limita-se a investigar os arredores, procurando qualquer coisa que pudesse levá-lo a seu objetivo.


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Mensagem por Miho Fenris Sex maio 29, 2015 1:10 pm

Nem mesmo a brisa suave tocando a pele clara do seu rosto ou a melodia agradável dos pássaros desviava a atenção da Ama para uma situação inusitada naquele dia. Um cavaleiro e sua montaria tão adentro da floresta. Era o que a pequena Miho via de longe, do alto de uma estrondosa árvore e quase oculta pelas suas folhas verdes, de pé em cima de um dos seus galhos fortes com a mão apoiada no tronco principal. Então os homens não sentem esse poder sombrio? Será que são imunes a eles? Afinal, por que se aventuravam para dentro daquela floresta perigosa? Não sabem que ali não é seu lugar? Ela respirou profunda e calmamente quando se deu conta de que ela não poderia fazer tais perguntas, já que ela também havia entrado por entre aquelas árvores traiçoeiras há alguns meses antes, mesmo depois de sentir suas trevas. Também percebeu que não poderia questionar a audácia deles depois de viajar e testemunhar o desafiante dos mares, o imenso navio que a distanciara tanto das suas terras e a trouxera a tal reino tão distinto dos que já conhecera antes. Aos poucos ela se conformava com a ideia de que os homens nunca se contentavam com o que tinham, queriam sempre mais. Aquele específico lhe parecia procurar algo que certamente ele não deixou ou perdeu ali. Não podia conter tais pensamentos enquanto observava o homem que rodeava a cabana construída há tanto tempo atrás e que ela havia tomado posse, provavelmente buscando por algo. Ou seria alguém? Bem, isso não importava. O fato era que mesmo tomada pela dúvida aquele cavaleiro não deveria estar ali, fosse por estar bisbilhotando ou correndo riscos pelas artes mágicas que dominavam aquelas terras. A magia que subjugava aquela floresta era bem nociva e diferente das primárias que ela dominava e fora abençoada quando escolhida para ser um membro do grupo das Amas Vermelhas. Como uma das guardiãs encarregadas de proteger os seres da natureza e provenientes da terra, bem como os que dependiam dela era sua função operar contra forças opostas ou prejudiciais a eles. Era o que tentava fazer ali durante sua estadia. Ainda tinha muito trabalho a ser feito e não podia se distrair com homens aventureiros como aquele parecia ser. Ele não podia ficar. Ela lhe daria o aviso.
 
Miho retirou a alça da pequena saca de tecido cheia de frutas que trazia nos ombros e a pendurou em outro galho ali bem perto. Precisaria dos braços livres para manusear bem o seu arco e suas flechas que também levava consigo naquela ocasião. Você não é bem vindo aqui. O lugar onde estava não era o mais apropriado, mas aproveitava-se do seu corpo pequeno, pouco peso e extrema habilidade para encontrar a melhor posição dos pés afastados um do outro, perpendicular ao seu alvo e traçar a linha reta do tiro até o ele. Você precisa ir. Posicionou bem a haste da flecha no arco ainda apontado para o chão, assim como a parte posterior dela na corda para só então erguer e adequar o arco ao corpo. Depois de estudar bem a distância os músculos estavam relaxados, mas os braços bem firmes enquanto ajustava os dedos e o equipamento para deferir um ataque preciso. É perigoso se você ficar. Os três dedos já seguravam a flecha na corda e apontavam na direção correta. Acertados os mínimos detalhes, a garota lançou a flecha, relaxou os dedos da corda e moveu a mão para trás para terminar a rotação do ombro enquanto assistia a sua presa sucumbir. O tiro foi veloz e fatal. Passara a poucos centímetros do rosto do cavaleiro para acertar o travesso coelho que cavoucava suas hortaliças por pura diversão já que não as comia. Maldito seja! Era bem verdade que pensou em um alvo mais próximo do homem perto da cabana para assustá-lo ou demonstrar a hostilidade daquele lugar ou de quem o habitava, mas não pôde desperdiçar a chance de acertar o coelho marrom que se escondia há dias e agora estava a poucos metros de distância dele. Ela não se sentia bem em abater o animal, mas também pensava nas utilidades que ele poderia ter, como uma melhoria nas suas botas com a pele ou bem, ele sempre queria suas batatas, agora poderia ficar bem junto delas com um ensopado.
 
Assim, Miho guardou novamente o arco junto às flechas nas costas, pegou a saca e também a posicionou nos ombros para descer um pouco pelos galhos da frondosa árvore e a uma boa distância do chão saltou o que faltava para alcançá-lo. Em seguida caminhou deixando a área das grandes vegetações que circundavam o amplo círculo coberto de grama onde estava a antiga construção com jeito de casa de campo e também o cavaleiro com o seu cavalo. Enquanto se aproximava da cabana, se ateve a olhar para ele com uma expressão séria e um olhar ameaçador. Seus olhos amendoados e de um verde único eram doces, mas o ponto apertado entre as sobrancelhas denunciava que ela não estava tão amistosa quanto aquela clareira iluminada pelo azul do dia. Não dirigiu uma palavra sequer ao homem. A garota viveu tempo o bastante entre grandes civilizações para lembrar-se toda vez antes de abrir a boca de que era uma selvagem que não conhecia as linguagens, formas de tratamentos dos homens e seus títulos, tampouco entendia e concordava com todas as políticas e cadeias hereditárias que no final das contas, para ela, não queria dizer nada. Portanto optava sempre pelo silêncio, fosse para manter sua discrição, prolongar questionamentos sobre suas origens ou por não se adaptar ao que chamavam de sociedade desenvolvida. Continuou a encará-lo até passar ao lado dele e notar que era tamanho atrevimento da sua parte afrontar um homem daquela estatura com seus míseros cento e sessenta centímetros e o corpo desavantajado. Bem, o corpo de porte pequeno era leve, lhe permitia muita flexibilidade e velocidade. Poderia se dar muito bem com esquivas e possuía algumas vantagens em lutas corporais. Além disso nunca andava desprovida de armamento e em último caso até utilizaria dos seus poderes de Ama caso fosse necessário. Isso a deixava confiante e lhe dava coragem para querer afastar o viajante. Mas enquanto ela ia em direção ao pobre animal abatido ele permanecia ali. Miho pegou o coelho do chão e retirou a sua flecha admirando o seu feito, mas sem orgulho aparente. Em seguida voltou a se agachar, quase apoiando o queixo nos joelhos e ergueu um pouco a barra rodada do vestido para retirar uma pequena faca presa em sua perna, dentro de uma das botas para abrir o animal. Ele não vai arredar o pé? Não parecia.
 
Estava pronta para dizer que ele não deveria estar aqui quando um vento muito mais forte do que a brisa suave soprou pela região, trazendo muito mais do que frescor. Os fios dos cabelos escuros e escorridos da garota balançaram sobre o seu rosto, mas foi o frio pela espinha que a incomodou. Aquela movimentação de massa de ar não fora provocada pela natureza, nem mesmo o reconhecia vindo dos outros habitantes da floresta. Tudo indicava que o viajante aventureiro não era o único novato por ali e que o outro não estava feliz com sua presença. Por isso não poderia mais esperar. Voltou a erguer o corpo e deixou o que fazia ali no chão mesmo, sem se importar em limpar as mãos sujas no avental em volta da cintura, junto à saia enquanto caminhava para perto do aventureiro.  Só com a aproximação Miho reconheceu algumas escoriações no corpo dele ao passar os olhos e observar bem os traços do homem. Não pôde evitar uma breve movimentação dos lábios que seriam um sorriso caso ela permitisse se formar. –Isso vai coçar. E muito.- Saberia perfeitamente reconhecer a planta que causou aquilo só de passar os olhos, mas era por experiência própria que ela afirmava com precisão. Em seguida ergueu o olhar dessa vez de modo mais ameno para persuadi-lo. –Você não pode ficar aqui.-

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Miho Fenris
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