Elysium, o refúgio RPGISTA
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Mensagem por Vincent Dragunov Dom Ago 31, 2014 7:22 pm




SAVE ME

Herat, Afghanistan - Walayat Street, A1 - Nazary Hotel

"Sweat is breaking on my brow. Where's the freak to ease my pain?
The room is dark and big and empty. Silence drivin' me insane..."
────  Edguy -  Sacrifice
O cenário mais uma vez era de destruição, mais um atentado terrorista realizado pelos talibãs pegaram de surpresa as forças especiais que se mantinham na cidade e provocaram hoje a morte de 44 pessoas, na sequência de um ataque contra o prédio do tribunal da cidade de Farah, segundo o Ministério do Interior do país. Entre os mortos encontram-se 10 membros das forças de segurança, bem como 34 moradores locais. Mais de 90 pessoas receberam ferimentos de diversa gravidade. O caos de Herat e outras zonas de conflito já eram parte da rotina dos soldado, que sentia-me cada vez menos humano presenciando a morte de tantos inocentes. Em outros locais, normalmente conseguimos antecipar os ataques e impedi-los, mas os talibãs eram imprevisíveis, estavam no seu próprio território e dispunham de recursos e homens suficientes para efetuar ataques simultâneos como aquele, que dispersavam as autoridades locais e os agentes de diversas organizações que atuavam no país em parceria ou não. Com a vestimenta manchada com o sangue de seus compatriotas e de um ou outro civil que teve que carregar para longe do local do ataque, auxiliando no resgate, sentiu o peso do fracasso sobre seus ombros, um peso que lhe custaria mais algumas horas em discussão com seus superiores.

O ataque ocorreu enquanto Sergei seguia uma fonte importante de informação sobre os talibãs, um fornecedor de armas, mas ele foi surpreendido com o ataque e perdeu seu alvo de vista. Perdeu quase uma semana rastreando ligações, procurando qualquer rastro daquele homem para simplesmente perdê-lo quando estava mais perto. Agora teria que começar novamente com as investigações e o desgaste físico e emocional continuava a torturar a mente de toda a equipe investigativa envolvida, que se afastavam cada vez mais de sua sanidade. Ali no Nazary Hotel o soldado se livrou do traje militar surrado e lavou o rosto tentando tirar as manchas de sangue e o suor, mas aquilo não seria suficiente, precisava de um banho, então não tardou em fazê-lo. A tempos precisava de um descanso, mas estava longe de poder tirar umas boas férias.

Sem se importar em secar todo o corpo apenas se enrolou na toalha e se atirou pesadamente sobre a cama, exausto e faminto. Descansaria um pouco antes de sair para comer alguma coisa e responder às chamadas perdidas que sempre haviam no celular, que sempre ficava desligado entre uma missão ou outra pra não atrapalhar. Pegou o celular que normalmente deixava no móvel ao lado da cama e viu que haviam várias chamadas não atendidas, algumas delas de um número desconhecido, que para piorar, pelo código de chamadas de longa distância era proveniente de um aparelho celular que se encontrava em solo norte-americano. O que o surpreendeu, afinal, não esperava que nenhum agente de lá o ligasse àquela hora, já que não estava envolvido em nenhuma missão relacionada aos norte-americanos, pelo menos não que constasse nos autos ainda. Quando pensou em retornar, o celular tocou e ele o atendeu, respondendo e inglês, já que de certo seria o idioma utilizado, seu sotaque era muito forte, sempre muito puxado pro russo.

──── Boa noite, me desculpe por não ter atendido antes e... ────
 Ficou muito surpreso pela voz conhecida, era Heather Burktsdaille, uma garota que não via a pelo menos 1 ano e meio. Ela era irmã mais nova de uma namorada inglesa do soldado. Há quanto tempo não ouvia aquela voz, era impossível não reconhecê-la depois de tanta discussão antes do término do relacionamento em que Heather adorava ficar se metendo. Não tinha falado com nenhuma das duas desde que elas o expulsaram da casa que tinham alugado em solo russo. Com o contato totalmente perdido, Sergei sequer sabia onde mais aquelas duas poderiam ter andado. Estranhou e muito, o fato de Heather ter ligado e ouviu a cada palavra atenciosamente em habitual silêncio.

──── É russo, trago más notícias. Minha irmã morreu. Durante um grande furo de reportagem que ela queria conseguir descobriram ela e a executaram. Ela ficou desaparecida por quase um mês até encontrarem o corpo dela queimado em uma floresta.  ──── A voz de Heather não expressava a tristeza que qualquer um esperaria ao ouvir ser reportada uma notícia daquela. Talvez por já ter algum tempo do ocorrido até então. De qualquer modo, Sergei não compreendia o motivo da ligação, mas continuou a ouví-la. Ela falava rápido e parecia ter pressa em comunicá-lo sobre algo mais. ──── Serg...ela tinha uma filha contigo, cara.  ──── Naquele momento o soldado engoliu seco, chocado com a notícia e se sentou na cama, incrédulo. Mas não questionou, deixou que ela continuasse falando. ──── Bom, então é isso. Tô te ligando pra que você arrume um jeito de buscar sua filha, afinal ela é problema teu e da Lysa, eu não tenho nada a ver com isso, então se vira aí se não vou levar ela pra adoção. Posso ficar com ela não, é problema demais. Trabalho muito, rola não, viu?──── Sergei estava tão chocado com a notícia e com o descaso da ex-cunhada que não sabia nem o que dizer, ficava alguns segundos ainda calado, em estado de choque, processando aquela informação tão inesperada e que chegou em um momento tão inoportuno, no meio de uma missão tão importante. Mas, tudo o que conseguiu dizer foi. ──── Estou à caminho...


Não tinha opção, precisava dar um jeito de ir pra lá, afinal conhecia bem a jovem Heather e sabia que ela era sim muito capaz de se livrar da pequena de qualquer jeito. Não acreditava que seria mesmo sua filha, mas precisava ao menos conferir isso, pois o tempo coincidia perfeitamente. Ela passou todas as informações necessárias para que o russo pudesse encontrá-la, embora sua memória nunca tenha lhe deixado na mão, teve receio do susto ter danificado alguns neurônios e ele acabasse por se esquecer de algum detalhe importante, então anotou tudo em um papel para garantir. Dotado de excelente memória raramente precisava anotar algo, mas por precaução pelo menos naquele caso deveria fazê-lo. Mesmo precisando ficar para mais uma missão, precisaria se ausentar pelo menos por um dia para resolver essa questão.



Última edição por Vincent Dragunov em Qui Out 27, 2016 1:15 pm, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Vincent Dragunov Dom Ago 31, 2014 8:10 pm




Sweet Child Of Mine

Heather's House - Washington - USA





────⊰☫ The First Look inside the Eyes of an Angel

Avisou a seus superiores que precisava de um dia para resolver uma situação pendente bem delicada e como raramente tirava alguma folga, não teve tanta dificuldade para conseguir. No entanto, conseguiu apenas um dia de folga para resolver qualquer pendência e voltar ao trabalho. Por sorte, haviam outros soldados capacitados para aquela missão aptos a substituírem o soldado que ainda chocado tentava entender tudo o que lhe foi dito. Por um lado chocado por jamais ter pensado em uma possibilidade como essa e por outro, estranhamente feliz. Era como se agora tivesse um motivo para voltar pra casa após cada uma de suas batalhas exaustivas.  Ele apressou-se para se arrumar, saltou da cama, dispensou a vestimenta militar, trocando o par de coturnos por sapatos sociais clássicos de cor preta e a calça camuflada e o colete de kevlar por um terno azul bem escuro, quase preto, Armani Exchange, combinando com a gravata vermelha de mesma grife e a camisa azul em tom mais claro, como de costume quando atuava à paisana em ambiente urbano ou em uma rara ocasião mais social. Os cabelos curtos castanhos escuros, penteados para trás, a barba baixa e em suas feições imperava a frieza comumente demonstrada diante de estranhos.

Deixou o hotel e foi direto ao aeroporto, onde pegou o primeiro vôo para Washington, comeu um lanche aleatório ali às pressas só pra não ficar com fome e assim que chegou ao aeroporto, chamou um táxi para ir até o endereço indicado e seguiu às pressas até a casa da jovem Heather, com quem tinha vivido quando namorou a irmã dela em um relacionamento um pouco conturbado pelas brigas constantes principalmente pelo gênio forte da garota e o machismo, arrogância, prepotência e teimosia que são marcas registradas do soldado.

Chegando à casa da agente e ex-namorada, bateu à porta esperando que ela atendesse e quando ela o fez, a cumprimentou com um sorriso sutil, que logo se desfez ao ver a situação da garota à sua frente, que era lastimável o cabelo pintado com uma cor estranha, o rosto todo manchado pela maquiagem que certamente não tirava a muito tempo, uma feição bem entristecida, como se tivesse acabado de chorar. Deveria estar com seus 17 anos já, uma típica adolescente perdida.



──── E aí, Serg?──── O soldado preocupado se aproximou da garota e tocou-lhe o rosto para que ela levantasse o olhar para ele, mas antes mesmo de perguntar se ela estava bem, viu um rapaz caminhando para a porta prendendo o cinto de uma calça jeans rasgada bem larga e baixa sem camisa e uma cara de drogado que era de torcer o nariz. Ele passou esbarrando na garota e no soldado sem cumprimentar ou olhar para trás, o que levou Sergei a quase dar-lhe uma surra para ensinar o que era respeito mas naquele momento estava mais preocupado é com a garota.
──── Errr...você está bem?──── Nunca teve muito jeito pra lidar com pessoas que estavam passando por momentos difíceis, mas ao menos tentaria ajudar se fosse preciso. ──── Na verdade não...mas entra aê. Fica à vontade e não repara a bagunça.

E tinha como não reparar? A casa estava de pernas pro ar. Heather era totalmente diferente de Lysa, que sempre foi tão metódica, detalhista, tinha mania de limpeza e era cheia de frescuras, Heather parecia não estar nem aí pra nada. A casa certamente não sabia o que era uma vassoura a alguns meses, haviam roupas, pratos, talheres e...até camisinhas [?] espalhadas pela casa. Aquele sem dúvidas era o pior ambiente possível para criar uma criança. Além disso o cheiro de cigarro lá dentro parecia estar impregnado até nas cortinas da casa e haviam garrafas de todo tipo de bebida espalhadas pelo chão. No meio daquela bagunça toda, Sergei se lembrava do motivo para ter ido até lá e logo percorreu com os olhos toda a sala procurando por sua filha e perguntou.

──── Onde você deixa a minha filha no meio desse chiqueiro?!──── Questionou já começando a ficar nervoso com aquela situação. Nem sabia se a pequena era mesmo sua filha, mas mesmo que não fosse, não poderia ficar em um lugar como aquele. Heather não tinha responsabilidade nenhuma para cuidar de uma criança. Pensando bem, não tinha juízo nem pra cuidar de si mesma. Heather sequer se importou com a pergunta, só se sentou no sofá ligando a TV e apontou para as escadas. O soldado então não pensou duas vezes, apressou os passos atravessando a sala e subindo as escadas até o corredor onde haviam dois quartos, um que de certo era de Lysa e da pequena e um que era dela. Ele então entrava no quarto da ex-namorada, que estava também uma bagunça e viu um berço. Caminhou lentamente até lá e olhou para dentro levando a destra até a barra lateral do mesmo, onde a apoiava. Sequer sabia como deveria fazer para pegar um bebê, não tinha o menor jeito para isso, cresceu com armas, nunca teve contato com algo tão pequeno e delicado antes.

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