Elysium, o refúgio RPGISTA
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Mensagem por Convidado Sáb Fev 21, 2015 8:15 am




Wings of Dispair
Paris - France - Opera Populaire - 1870

"I've held on too long just to let it go now.
Will my inner strength get me through it somehow?
Defying the curse that has taken hold
Never surrender, I'll never be overcome.
No point to let anyone try take heed my friend,
Lest you be torn asunder
Like all that's become of me."
──── Disturbed - The Curse

Aquela foi uma semana de muitas surpresas, algumas boas, como o retorno pacífico do senhor Higgins à fábrica e o fim da greve que gerou ainda mais prejuízos para os Thornton, somadas às dívidas já outrora acumuladas pela irmã de John e outras nem tanto, como a proposta de casamento recusada por Margareth Hale. Ela era a mulher mais bela que John já havia encontrado e sua garra e determinação fizeram com que ela despertasse seu interesse. Sua inocência fazia dela uma mulher bem diferente das que conhecia na sociedade burguesa da pequena cidade industrial de Milton. Embora os bons modos não fossem um ponto forte daquela mulher, Jhon estava realmente disposto a desposá-la, mas dias antes da partida, ele a viu com outro homem na calada da noite e percebendo o real motivo da recusa de seu pedido, decidiu esquecer aquela mulher de uma vez por todas. Ela voltaria para o Sul, então nunca mais se veriam de novo. Para isso, John decidiu passar alguns dias fora da cidade, para descansar. Então deixou um funcionário de confiança conduzir os negócios até seu retorno. Havia uma convenção que reuniria produtores de todo o mundo em Paris, na França. Ali ele espera tratar de negócios, conhecendo novos fornecedores de matéria prima, firmando acordos e novas parceiras, além de conhecer as novas tecnologias ali apresentadas. Para isso, John planejava fazer essa viagem sozinho, mas quando avisou a sua mãe e irmã, ambas insistiram para ir junto, pois fazia tempo que não iam à Paris. Sem escolha, acabou aceitando levá-las também. A situação financeira da família não se encontrava em um bom momento e isso limitaria bastante os Thorntons, mas como negar um pedido de sua própria mãe? John não se atreveria. A amava e respeitava acima de tudo e todos pela garra e determinação dela para conseguir criar sozinha os dois filhos depois do suicídio do pai de seus filhos e seu marido em função das dívidas acumuladas com banqueiros que se aproveitaram da inocência daquele simplório produtor.




──── John! Apresse-se! Largue logo esses papéis e vamos para a apresentação gloriosa da diviníssima Carllota! Anda, anda! ──── Exclamava Fanny ao irmão, que permanecia no quarto do hotel atrás de uma pilha de papéis referentes transações bancárias, novas propostas de negócios, estudos de mercado e um caderno que usava para registros financeiros da Família Tornthon. John levantava o olhar apreensivo, aquela semana em Paris já estava custando caro demais com os caprichos de sua irmã.
────  Se me prometer não fazer mais compras amanhã, eu te levo ao teatro hoje. ──── propôs com um sorriso desafiador nos lábios. Não permitiria que a irmã fosse desacompanhada, então ela ainda não tinha escolha a não ser aceitar. Pelo menos até conseguir um marido para levá-la, o que parecia cada vez mais difícil,  já que ninguém parecia adequado o bastante para as exigências de Fanny.
────  Ah, que infortúnio, John! Sou uma desafortunada com um irmão como você! Anda logo! Vamos! ──── Esbravejou Fanny empinando o nariz e dando as costas ao irmão que se levantava para acompanhá-la. John sequer respondia a afronta, como de costume, apenas ignorava os ataques da irmã mais nova. Tinha coisas mais importantes para se preocupar no momento. O prejuízo que levaram em Maio ainda enegrecia a mente e o coração daquele burguês, deixando-o com uma visão um pouco mais amarga da vida e de tudo que o cerca. Sequer iria ao teatro se não fosse toda aquela insistência da mais nova, afinal seu objetivo em Paris era a feira burguesa que apresentava novas estratégias e tecnologias para aumentar a produção das indústrias. Thornton visava buscar algum conhecimento útil para levar consigo à Inglaterra, para poder proporcionar à própria mãe uma velhice mais tranquila, com dinheiro para pagar todo tipo de tratamento que ela necessitasse.
A viúva Hannah se aproximava do filho, já preparada para o passeio, ela e a filha não perderiam um espetáculo como aquele por nada e ela desejava para ambos que encontrassem bons pares entre a nobreza, que promovessem uma ascensão mais rápida da família. John nitidamente não levava muito jeito para eventos sociais, então sabendo disso, Hannah se preocupava muito em deixá-lo mais apresentável para a ocasião.
Enquanto ajeitava o colarinho e o fraque, Miss Thornton recomendava.
──── Você precisa encontrar uma esposa, meu filho. Seus papéis não vão me prover netos.
──── Mãe, uma esposa não vai lhe prover um futuro mais estável e...
──── Mas é claro que vai! Basta você escolher bem. Uma esposa de títulos não só me orgulharia como também me daria netos e...
──── Eu não vou me casar para lhe prover títulos, mãe.
──── John! ──── Ela o repreendia e então o cavalheiro se afastava pegando o chapéu e saindo em direção à irmã que já aguardava impaciente na carruagem que os transportaria. John não tinha o menor interesse em se casar para conseguir o que desejava. Todas as suas conquistas vieram por esforço próprio, não foram herdados, e ele se orgulhava disso. Não aceitaria utilizar de outros meios para conseguir o que queria. Além disso, desiludido
O silêncio reinou durante todo o caminho,  até finalmente chegarem ao teatro e receberem a notícia de que a estrela da noite estava indisposta e seria substituída por uma estreante.

────  Você ouviu isso, John?! ──── Gritou Fanny. ──── Eu não tenho sorte mesmo! Ahhhh!
John apenas sorriu um pouco sem graça. Ficava sem saber o que fazer diante dos xiliques da irmã que ele mesmo contribuiu para fazer dela uma mulher muito egoísta e mimada. Superprotetor demais com a mãe e a irmã não conseguiu educar a menor dentro dos princípios que ele possui e percebia is reflexos disso no atual comportamento de Fanny.

──── Você nem conhece a estreante...dê a ela uma chance e quem sabe assim não encontra um marido durante o evento?
──── Para assistir à uma estreante?!  Aposto que todos que valem a pena foram embora!
──── Na verdade eu soube que Raoul, o Visconde de Chagny também veio à Paris e é um dos maiores investidores do teatro, então ele certamente estará lá.
──── Hummm. Gostei disso, vamos então.
Só assim ela cedeu e deu a mão ao irmão que esperava com a mãe já do lado de fora da carruagem com a porta aberta para ajudá-la a descer.
John então conduziu ambas para dentro do teatro, entregou as entradas na portaria e foi até os assentos a eles reservados na fileira central de frente para o palco na quinta fileira, bem na frente, as mais caras que ele poderia pagar. O teatro estava lotado naquela noite de estréia e contava com célebres negociantes também, que foram alvo do olhar de John, que buscava rostos conhecidos na platéia. Avistou alguns banqueiros também, classe que repudiava por serem os causadores do suicídio de seu pai quando John ainda tinha 14 anos. Hannah se sentava entre os dois filhos e observava atenta o palco, enquanto Fanny olhava o Visconde que assistia da arquibancada acima deles.
O espetáculo seguia como já era de se esperar, para John, que nunca se interessou muito pelas artes, não fazia diferença que atriz estaria no palco, nem a que peça assistiam, ele sequer sabia o título da mesma, seu pensamento ainda estava distante. Pensava na dolorosa partida de Margareth com um aperto no peito. Mesmo ali não se via livre das lembranças que o assombravam e seu rosto parecia se formar diante de seus olhar perdido. Definitivamente, John teria que esquecer aquela mulher de uma vez por todas. O amor para ele não passava de uma perda de tempo depois dessa desilusão que embora não demonstrasse, o corria por dentro. Sua atenção só se voltou ao palco novamente quando ouviu a estreante cantando. Sua voz era um bálsamo para sua alma inquieta, envolvendo-o de uma forma reconfortante e afastando-o dos pensamentos referentes ao amor perdido. Fora aprisionado por aquela canção e seus olhos se voltaram a dona daquela voz melodiosa que lhe acalmava o coração aflito, aquela voz só poderia pertencer a um anjo. Nunca em toda sua vida, Mr. Thornton tinha ouvido uma voz tão fascinante como aquela. Seus traços eram delicados, os olhos grandes e amendoados conseguiram emocionar aquele homem de semblante sempre tão sério, arrancando-lhe um breve sorriso. O primeiro em tantas performances artísticas que ele já assistiu.

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Mensagem por ladydaae Dom Fev 22, 2015 10:24 am

Naquela manhã, Christine estava visivelmente perturbada, recebera na noite anterior a visita do Anjo da Música, ocasião em que fora orientada e treinada para sua grande -e tão esperada- estreia. Em toda Paris ouvia-se falar apenas de Carlotta, prima donna soprano da ópera, aclamada por suas apresentações perfeitas, sem nunca desafinar ou sequer enfraquecer o timbre, era capaz de dançar entre notas gravíssimas e agudas; todos aguardavam-na no papel de Margarida, em O Fausto. Christine conhecia bem a diva, que tinha por hábito desfilar arrogantemente pelo teatro, imponente, com ares de superioridade. Como poderia substitui-la? Como ousar sair do coro e do balé para tornar-se a atriz principal naquela noite? Não duvidava de seu Anjo, mas a inquietação estava em seu coração.

Christine crescera com o pai, realizando turnês por toda a França, cantando e alegrando quem os ouvisse. Após a morte de Gustave Daaé, a moça perdera o brilho e o encanto pela música, sentindo-se órfã e desamparada. Cultivou apenas o suficiente para ser aceita no teatro e nunca havia se destacado das demais, situação que estava prestes a mudar. Há três meses recebia a visita do Anjo da Música, figura anteriormente conhecida apenas pelas histórias de  seu pai, que prometera envia-lo para ser seu guia e guardião quando este falecesse. Era incrível a forma como as aulas foram retomadas do ponto em que Gustave a deixara, trabalhando suas deficiências e aperfeiçoando o talento natural, outrora esquecido.

Houve tumulto durante os ensaios matinais, Carlotta se desentendera com os novos administradores e abandonara o teatro esperando que implorassem por seu retorno. Neste momento, Madame Giry apresentou-lhes Christine e o sonho materializou-se: Miss Daaé seria Margarida!

Momentos antes à apresentação, Christine espiou entre as cortinas, coração acelerado. “Céus, o teatro está mais cheio do que o habitual.” –pensou. Suas mãos suavam e seu olhar percorria todas as fileiras. Avistou Raoul, seu amigo e amor de infância, atualmente novo patrocinador do teatro. Será que o rapaz lembraria da Pequena Lotte? Avistou pessoas que certamente não eram parisienses, isso a deixou ainda mais nervosa. Retornou ao camarim, o Anjo da Música a aguardava com palavras de incentivo e determinação e agora uma nova estrela caminhava até o palco. Think of me foi executado com perfeição, com amor e paixão, sentimentos ausentes em Carlotta. Após sua consagração, Christine seguia com dificuldade para o camarim, o corredor nunca fora tão longo e cheio de pessoas que desejassem sua atenção.
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Mensagem por Convidado Qua Fev 25, 2015 8:23 am



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Aprisionado pela magia daquela canção, hipnotizado pela performance tão bem executada, John mal se movia de sua cadeira quando a apresentação terminou, teve sua atenção roubada apenas por Fanny, que puxou seu braço e com entusiasmo em sua voz gritava, tentando arrastá-lo.

────  Você viu isso, John?! Essa jovem é uma revelação para Paris! Anda! Levanta! Você tem que me acompanhar até ela! Imagine só, como amiga de uma estrela, minhas chances para um casamento valioso podem ser ainda maiores! ──── John mal podia acreditar no que ouvia. Direcionou o olhar para sua mãe, afim de que ela intervisse de alguma forma, impedindo que ele fosse arrastado de lá, mas a Sra. Thornton tinha outros assuntos em mente naquele momento e se levantou, afastando-se dos dois e caminhando em direção ao Visconde de Chagny, certamente para tentar garantir alguma vantagem para a filha, já que ela e os pais do Visconde eram muito próximos. Sem opção, John cedeu aos caprichos da irmã mais uma vez. ──── Certo...eu a acompanho, mas por favor seja rápida. Tenho negócios a tratar ao romper da aurora.

No fundo sabia que suas palavras foram completamente ignoradas por Fanny, mas ainda tinha alguma esperança de que ela pelo menos não demorasse. Fanny abraçou o braço de John, puxando-o entre a multidão empolgada com a performance daquela noite, visando alcançar a estrela que se retirava em direção aos camarins. John pedia desculpas para uma ou outra pessoa pelo caminho, conforme esbarrava seguindo os passos apressados da irmã, um pouco desnorteado pelo tumulto. Aquilo parecia levar horas, mas sequer se passaram cinco minutos desde o final da apresentação e eles já estavam na frente dos camarins, antes mesmo da estrela principal. Fanny olhou em volta e algumas pessoas caminhavam apressadas de um lado para outro, mas nenhuma parecia vigiar a porta do camarim. Estavam todos ocupados demais, seguindo os passos de Christine. Eis que a impetuosa Miss Thornton teve sua ideia mais absurda até então.

──── Já sei! Nós vamos entrar! Assim ficaremos sozinhos com ela! ──── John sequer teve tempo de responder, Fanny abriu a porta e correu pra dentro. Ele a seguiu e puxou pelo braço para retirá-la dali, dessa vez enfurecido. Pressionou o braço da irmã, encarando seus olhos em igual tom de azul com um semblante sombrio e um tom de voz ameaçador. ──── Nós vamos sair daqui. Agora.────Ordenava, observando as lágrimas se formarem nos olhos da irmã, sem demonstrar o menor remorso por tê-la repreendido daquela forma. Era necessário. Porém, já era tarde demais. Miss Daaé já estava na porta do camarim, então John puxou a irmã para trás de uma cortina mais ao canto daquele recinto, em um ângulo diagonal à porta para que pudessem ver quem entrava sem serem vistos. Tampava a boca da irmã, pressionando-a contra a parede, escondida por seu corpo bem maior e a densa cortina que os encobria. Ele respirou fundo, torcendo para não ter seu paradeiro revelado, ou como explicaria aquela invasão? Esperaria que Christine adormecesse para então se retirarem de sua alcova.
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Suava frio, estava nitidamente nervoso, ansioso para sair logo daquela situação embaraçosa. Enquanto Hannah Thornton tentava falar com o Visconde, os dois estavam escondidos no camarim de Christine, sem saber a que horas poderiam finalmente sair. John tentava controlar a respiração para não atrair nenhuma atenção para eles já que suas costas estavam rentes à cortina que os cobria, seria fácil notar os movimentos de suas costas enquanto inspirava.
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Mensagem por ladydaae Qui Fev 26, 2015 3:57 pm

Christine adentrara rapidamente em seu camarim. Estava em êxtase, pensava em seu pai, em seu Anjo
e mais ainda: em Raoul.
O recinto estava coberto por flores, rosas em sua maioria, mas a moça não as reparou, aliás, não via
nada! Estava tomada pela glória provada minutos antes, apenas uma coisa chamou-lhe a atenção:
sobre a penteadeira, avistou um bilhete. Havia sido escrito em vermelho e o papel era velho e amassado,
seu coração palpitou forte, eram palavras vindo de seu mestre.


“Brava! Esta noite foi apenas uma amostra do que realizaremos juntos, minha querida. Estou orgulhoso por tua apresentação, encontrarei-te aqui à meia-noite. Com amor, seu Anjo.”

Bruscamente, a porta se abriu:

-Christine, venha! Raoul deseja lhe ver! – disse Meg, sua fiel amiga, bailarina no teatro.

-Oh Meg, será que ele me reconheceu? – os olhos de Christine possuíam um brilho intenso.

-Claro! Estivestes maravilhosa hoje, tua apresentação foi um sucesso, todos no teatro desejam vê-la!
Venha!


Sem demora, Christine guardou o papel na última gaveta, onde haviam outros semelhantes e saiu do
camarim, de mãos dadas com Meg, deixando a porta entreaberta.
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Mensagem por Mr. Thornton Sex Mar 13, 2015 7:27 am



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John tentou manter o maior silêncio o possível enquanto via Christine caminhar pra dentro do camarim. Fanny tentava espiar por cima dos ombros do irmão, mas ele era bem mais alto e a impedia de se mover. Quando a porta se abriu e uma outra garota entrou chamando Christine, os olhos de Fanny arregalaram-se, e John precisou contê-la de forma mais enérgica, até que finalmente a porta fora fechada e estavam sozinhos.

────  Você ouviu isso, John?! Ela quer roubar o meu Raoul! Oh, Deus! O que será de mim?! ──── John apenas balançava a cabeça negativamente, reprovando o comportamento da mais nova. Mal acreditava no que via. Reflexo de uma criação de privilégios. Super protetor demais, John se via diante de seu maior erro: a criação de sua irmã. Ela esbravejava, caminhando em passos fortes de um lado para o outro, fuçando nas coisas de Christine. Olhava as rosas, invejava-as, a penteadeira, cada móvel era alvo de sua cobiça, enquanto seu irmão olhava pela porta entreaberta se buscando o momento perfeito para saírem dali. ──── Por sorte todas as atenções estão voltadas para Christine, então poderemos sair e...STEFANNY! ────   esbravejou John saindo da porta e puxando a irmã pelo braço de novo, ela já estava passando dos limites, saiu abrindo gaveta por gaveta, o que procurava? Jóias ou qualquer outro pertence de valor que pudesse cobiçar também. A vida que Christine levava a enchia de inveja, pois sua liberdade ela jamais teria, muito menos o seu talento e admiração de todos aqueles que a cercam. A garota mimada apertou um papel entre os dedos, escondendo-o, parecia um bilhete de algum admirador secreto dela, o que deu à inglesa uma ideia para sair por cima. Sequer contava ao irmão, sabia que ele a reprovaria, como sempre fazia, então apenas se calou e o seguiu.

John aguardou o momento perfeito para saírem e puxou Fanny para fora, caminhando com ela tranquilamente, disfarçando, como se nada tivesse acontecido. No entanto estava nitidamente nervoso e suava frio, torcendo para saírem logo dali. Deixava a porta entreaberta, sequer se lembrou de fechá-la como deveria, apenas seguiu seu caminho. procurou a mãe com o olhar, acreditando que logo iriam voltar ao hotel, porém ela estava conversando com o Visconde e com a estreante, sobre o quê, isso ainda era um mistério para John do qual ele não se preocupava em saber, só queria ir embora, mas Hannah assim que viu os filhos os chamou.


──── Digníssimos Visconde de Chagny e Miss Daaé, esses são meus filhos, John Thornton e Stefanny Thornton. ──── Os dois ainda um pouco nervosos se aproximaram e cumprimentaram o visconde e a donzela com cortesia. Fanny até parecia outra pessoa diante daquele cavalheiro, portando-se como uma verdadeira dama em graça e beleza, especialmente por permanecer calada, um alívio para o mais velho.  ──── É uma honra conhecê-lo, visconde. E Miss Daaé. ──── John estendia a mão e o cumprimentava, voltando-se em seguida para Miss Daaé, segurando a destra e com cortesia inclinando o corpo e deixando um beijo sobre a mão delicada. Apesar de tudo tentava agir naturalmente para não levantar suspeitas. Sua frieza habitual facilitava o disfarce, porém era facilmente notada como um característica marcante, o que de forma equivocava passava a impressão se tratar de um homem um pouco rude. John apenas pensava em uma forma para sair dali levando a mãe e a irmã, mas as duas pareciam bem interessadas em ficar.  
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Mensagem por ladydaae Ter Mar 17, 2015 9:27 am

Christine não conhecia muitas pessoas além daquelas que convivia no teatro; por sua fama de recatada
e misteriosa não era de fácil aproximação. Mas ao ver John Thornton, a moça notou algo que conhecia
bem: apesar de ser um homem de bom porte e com belos traços, trazia em seu olhar uma tristeza
opaca. Teve a impressão de tê-lo visto enquanto espiava por trás das cortinas, antes de entrar no palco.
Sim, era esta a família burguesa que estava no camarote central.


-É um prazer conhecê-lo, Mr Thornton. Sua mãe dizia que estás em Paris a trabalho e com muita
insistência conseguiu trazer-te ao teatro esta noite. E como és sortudo! Viestes exatamente na melhor noite dos últimos tempos, certamente houve hoje uma consagração, não achas? -indagou Raoul.



Christine ruborizou, não acreditava estar diante daquele que dividira tantos dias de sua infância,
correndo pelas ruas de Perros atrás de aventuras e histórias. Neste momento, percebeu um olhar
fuzilante de Stefanny, perguntou-se qual seria o motivo, decerto não havia nenhum, talvez a moça
apenas não gostasse de ópera.
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Mensagem por Mr. Thornton Sex Mar 20, 2015 4:25 pm



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Por mais que tentasse, raramente se desarmava e simpatizava com qualquer que fosse o indivíduo, não era um bom bajulador e por essa razão dificilmente tinha algum benefício no comércio. A figura amarga e de poucos amigos, naquele momento se esforçava, para não envergonhar a própria mãe, tentando ser um pouco mais sociável, conforme trocava palavras com Raoul.

──── Já que comentou, caro visconde, confesso que a ópera não estava dentro dos meus planos. Infelizmente o trabalho tem consumido todo o tempo que passo desperto, mas fui surpreendido essa noite pela voz encantadora de Miss Daaé no palco. Nunca tinha ouvido nada igual. Certamente um golpe de sorte ser agraciado essa noite com sua música. ────   enquanto proferia a última frase, voltava o olhar para Christine.
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Só então notou que Fanny a encarava, mas fingiu não perceber, em casa falaria com ela sobre isso. Eis que sua irmã, intrometida como era, comentava.
──── Ohh...Miss Daaé...sua voz é mesmo formidável. Aposto que até mesmo os anjos cobiçam sua voz maravilhosa. Deve ter muitos admiradores aos seus pés, não? ──── John percebia pelo tom de voz de sua irmã que alguma coisa estava errada, os olhos dela eram a mais pura cobiça sobre a vida que a jovem levava, afinal ela também cantava, não tão bem, certamente, mas cantava e tocava piano, sonhando com o dia em que teria seu "talento reconhecido". Christine tinha tudo que ela mais desejava e John conseguia reconhecer isso, então mesmo correndo o risco de parecer grosseiro, preferiu interromper a conversa.

──── Pois bem, foi um prazer conhecê-los, mas precisamos nos retirar. Devo levantar muito cedo para a Feira Burguesa de Paris. Receio já ter tomado muito tempo de vocês. ──── Era impossível não notar o brilho no olhar daqueles dois, pareciam dois jovens apaixonados com uma chama em seu coração que parecia cultivada com o tempo, um sentimento sincero. Amor? Talvez...de certo sentimentos que para ele já não faziam o menor sentido e que naquele momento, provocavam uma dor incômoda no peito. ──── Estaremos na cidade durante toda a semana, seria ótimo poder dispor de tão agradáveis companhias amanhã.  ──── Finalizou esperando parecer um pouco mais amistoso mesmo com a repentina vontade de se retirar. Embora fosse verdade que precisaria levantar muito cedo, não era esse o real motivo de sua retirada. 
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Mensagem por ladydaae Sex Mar 20, 2015 4:43 pm

Raoul percebeu a inquietação de Mr Thornton; não prolongando o assunto, apenas despediu-se:
- Seria uma honra ser o anfitrião de vossa família em Paris! Se estiverem dispostos, ofereço-lhes um jantar amanhã e claro, desejo que Christine esteja entre nós. -dito isso, lançou um olhar à moça que já o fitava.
-Certamente estarei entre vós! -Christine voltou-se à Fanny, na intenção de ser agradável e afastar a má impressão que tivera minutos antes, recebendo um sorriso na em troca. Aquilo a tranquilizou. "Como sou boba, ingleses decerto possuem hábitos diferentes." -pensou. Subitamente, lembrou-se da visita do Anjo, em poucos minutos ele chegaria, temeu atrasar-se:
-Até amanhã, agradeço por terem me prestigiado esta noite. - despediu-se ligeiramente, sem nenhuma cerimônia.
Raoul sentiu um desapontamento, imaginara ter um momento a sós com a amiga, mas Christine parecia estar submersa em outros pensamentos. Achou-a calada durante a conversa. “Talvez Little Lotte já não seja mais a menina que conheci.” – pensou enquanto seguia, com triste olhar, os passos apressados da moça em direção ao camarim . Formalmente, acompanhou os ingleses até a saída do teatro e ofereceu-lhes sua carruagem, com votos de que tivessem uma boa noite. Tivera uma boa impressão dos novos amigos, Fanny –especialmente- era uma dama, rica em beleza e bons modos.
Enquanto isso, Christine arrumava-se no camarim à espera do Anjo da Música.
___________________________________________________
Todas as manhãs, as bailarinas da Ópera Populaire eram acordadas por Madame Giry, que embora rígida, tinha um ar maternal que as acolhia. A senhora conhecia tudo sobre o teatro e os que o habitavam, por vezes entregava aos administradores as correspondências assinadas pelo Fantasma da Ópera , sempre carregadas por exigências e ameaças. Ninguém entendia como ela tinha acesso a isso, mas não ousavam questionar. Encontrou Christine acordada, chorando silenciosamente.
-O que houve criança?

-Ah, mamãe Giry, o Anjo da Música! Está possesso de ciúmes. Esperava receber elogios e orientações, mas ele, que tudo vê, não gostou das amizades que fiz ontem, e pior, não quer que me reaproxime de Raoul.
Madame Giry refletiu. Não poderia contrariar as ordens daquele que ela sabia ser o Fantasma da Ópera. Pensou em revelar a verdade à Christine, mas duvidou se ela acreditaria. A moça era ingênua
e estava crente de que seu pai o enviara. Nos últimos três meses tivera uma melhora significativa nas artes, há muito não cantava e dançava com tanta paixão.
-Criança, não chores! Teu Anjo apenas preza por tua segurança, verás que está a te guiar e guardar. Mas... o que devo dizer à moça que a procura no andar abaixo?
-Mas não espero ninguém hoje! De qualquer forma, irei vestir-me e já descerei.
Arrumou-se apressadamente, disfarçou o choro com maquiagem e foi ao encontro da visita. Quem seria naquele horário? Será que algo acontecera à mamãe Valerius? Essas indagações logo deram lugar a uma outra, proclamada em voz alta:
-Miss Thornton?
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────⊰☫ Where The Wild Roses Grow Empty Re: ────⊰☫ Where The Wild Roses Grow

Mensagem por Mr. Thornton Sex Mar 20, 2015 5:01 pm



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Felizmente, Raoul percebeu que seria melhor cortar o assunto por ali também e com sutileza, não deixando transparecer que isso pudesse afetar sua opinião sobre os Thornton, o que naquele momento era a grande preocupação de Hannah, que tentava disfarçar a surpresa, mas seus olhos buscavam os do filho com reprovação pela repentina retirada.

──── A honra será nossa, caro Visconde. Estaremos à disposição no horário que for de vossa escolha. Afinal não é sempre que temos à mesa companhia tão ilustre. ────   Falava com Raoul, mas logo que Christine respondia olhando para Fanny, John seguia seu olhar em direção à irmã, torcendo para que ela não cometesse nenhuma gafe e surpreendentemente, ela sabia se portar muito bem quando o assunto era de seu total interesse como aquele.
──── Miss Daaé, se me permite dizer, sua música tornou essa noite inesquecível. E melhor ainda agora com esse agradável convite. Nos encontraremos amanhã. Tenham uma boa noite. ──── Fanny levou as delicadas mãos às laterais da saia e inclinou o corpo levemente, em reverência. John impressionado apenas inclinou a cabeça em cumprimento se despedindo de Miss Daaé e seguiu com o Visconde para a saída do teatro, acompanhado de sua mãe e irmã, ambas apenas um passo à suas costas, caladas. A irmã com um radiante sorriso e a mãe um pouco desconfiada por aquele excesso de simpatia.
Fanny não deixou de notar a pressa de Christine em se retirar para seus aposentos e logo associou que só poderia ser pra encontrar o tal anjo. Então, sem perder tempo, no momento o cavalheiro lhe estendeu a mão para ajudá-la a subir na carruagem, ela segurou a mão dele, entregando o bilhete e aproximando-se para dar-lhe um beijo no rosto, sussurrou. ────  Por Deus...não me pergunte como consegui, mas estou preocupada com a segurança de Miss Daaé. ──── falou bem baixinho esperando despertar em Raoul um sentimento de ciúme por aquele encontro às escondidas e com isso despedaçar qualquer esperança que ele tivesse em ter Christine para ele. Não sabia ainda como explicaria o bilhete, mas cuidaria disso depois, afinal já estavam de partida. Com um olhar preocupado se despediu dele e entrou. Aquela mulher quando queria era uma excelente atriz e até quem a tinha sempre por perto se assustava com sua habilidade. Fanny sabia que aquele bilhete poderia ser útil para tirar a rival do caminho, mesmo sem saber ainda que sentimentos ambos poderiam nutrir um pelo outro, gostava de estar sempre um passo à frente quando se tratava de arrumar um marido, afinal uma mulher como ela já deveria estar casada há bastante tempo e John não dava importância para esse detalhe. Já sabendo que ela tramava algo, John a repreendeu, assim que a carruagem partiu e se afastaram do teatro.

──── Hoje você passou dos limites! ──── Hannah lançou um olhar severo para a filha também, mas deixava que ele, como o homem daquela família falasse, como de costume, enquanto Fanny arregalava os olhos e abria a boca chocada com as palavras do irmão. Olhou para a mãe como se pedisse socorro, mas ela permaneceu do lado do mais velho, sabendo que ele nunca brigava sem motivos. ──── O que você quer afinal?! Destruir essa família? Sua impulsividade quase nos custou caro hoje! Pare e pense! Se tivessem nos visto no camarim dela o que iam pensar? Imagina só! Os Thornton ladrões?! Isso acabaria com a boa reputação que levei mais de vinte anos para levantar sobre essa família que não passava de operários endividados quando nosso pai morreu! ──── John estava furioso com o péssimo comportamento de sua irmã e com as consequências que seus atos poderiam levá-los se ela continuasse a agir dessa forma. Depois do suicídio de seu pai, ele largou os estudos para trabalhar e pagar as dívidas que seu pai tinha colecionado com os banqueiros em investimentos que nunca deram certo, bebidas, jogos e até mulheres. Durante um tempo, ele mesmo se perdeu seguindo o mesmo caminho de seu pai para bares, casinos e bordéis, mas antes que tivesse qualquer problema com isso, ouviu sua mãe e mudou seus passos, tornando-se um dos homens mais bem sucedidos do Norte inglês.





Depois da bronca, Fanny ficou chorosa e Hannah assustada com a agressividade das palavras do filho. Imaginava que algo muito sério teria acontecido enquanto ela conversava com o visconde, então deixava para conversar com ele quando estivessem sozinhos. Thornton, como de costume sentou-se com seus papéis espalhados sobre a mesa para voltar avaliar as finanças e ver quanto mais ainda poderiam gastar naquela semana, preocupado com o modo como encontrariam a empresa ao voltar pra casa. Suas inúmeras preocupações o mergulharam em uma profunda solidão da qual não conseguia mais sair. Hannah então acabou deixando-o em paz, não atrapalharia seus pensamentos com suas preocupações sobre o que aconteceu naquela tarde, Fanny sequer se despediu, foi direto para o quarto emburrada e bateu a porta. As brigas dos irmãos eram muito constantes na maioria das vezes em função da diferença na criação de ambos. Fanny não conheceu o trabalho, enquanto ele trabalhava por ela e a mãe, para que pudessem continuar em casa, não precisassem ir para a lavoura ou as fábricas. Orgulhoso e machista demais, John não aceitava que ambas trabalhassem também e já que teve que se tornar o homem da casa, decidiu que sustentaria as duas sozinho, mas todo aquele esforço e os frutos provenientes deste tinham um preço.
Ambas se retiraram para seus quartos, mas John acabou dormindo ali mesmo, debruçado sobre a mesa, com seus papéis. Fanny saiu do quarto furtivamente e vendo o irmão adormecido, saiu e pediu uma carruagem para o teatro novamente. Buscava o visconde para falar sobre a escolha do restaurante e especular sobre a relação dele com Christine, mas não via nem sinal dele nas proximidades, então para não perder a viagem, foi procurar a jovem rival. Com ela poderia descobrir alguma coisa também. Sequer pensava que fazia um jogo perigoso e que se Raoul comentasse qualquer coisa sobre o bilhete, Christine saberia que ela teria conseguido esse bilhete lá dentro ou com alguém muito próximo. Assim que a porta se abria, Fanny abria um largo sorriso, esbanjando simpatia e bons modos enquanto a cumprimentava com a cortesia habitual. ──── Perdoe o incômodo, Miss Daaé. A essa hora meu irmão me mataria se soubesse que voltei sozinha para o teatro. Ahah. Sabe como são os homens, não é? ──── Como também entendia de música, usaria aquela isca para atrair Christine e dela se aproximar. Então com um tom de voz um pouco tímido, como se estivesse envergonhada pelo que pedia, falava. ────  Eu...queria algumas dicas...toco piano e canto...não tão bem quanto você, é claro. Sou uma principiante e não tenho esse talento natural que você parece ter. Ficaremos em Paris só durante uma semana e meu irmão vive ocupado com negócios, a mamãe sempre o acompanha e me deixam sozinha o dia inteiro. Seria bom ter...uma amiga aqui, pra poder conversar e até sair um pouco, o que acha? ──── Seus olhos brilhavam na esperança de conseguir sair do tédio diário na companhia de alguém que podia não só ensinar um pouco mais sobre a música, mas principalmente, com quem pudesse sondar aquele homem que desejava como esposo.
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Mensagem por ladydaae Seg Abr 27, 2015 3:38 pm

Como Fanny era esperta! Christine acreditou em cada palavra e se alegrou pela possibilidade da nova amizade. O único mundo que conhecia resumia-se ao do teatro. Quando mais nova, percorria a
França com seu pai, mas não era de muitos amigos, talvez por isso Raoul fosse tão importante. Ela amava as demais bailarinas, eram-lhe como irmãs, mas possuía um espírito aventureiro, gostava de correr riscos. Viu em Fanny essa oportunidade.
Logo seu semblante, anteriormente abatido, deu lugar a luz e encheu-se de vida.

-Claro que a ajudarei. Não posso garantir sucesso nas aulas pois nunca ministrei a alguém, mas garanto que este ambiente é mágico e encontrarás aqui a motivação que procuras!


No fundo, Miss Daaé sabia que Madame Giry não aprovaria sua atitude, visto que os ensaios do corpo de balé faziam parte de uma rotina sagrada, mas agora Christine era uma estrela e deveria ter alguns privilégios, imaginou. Pensou no Anjo, mas como ele poderia repreender-lhe, se estaria trabalhando a seu favor? Acreditava que um dia esse mesmo Anjo visitaria Fanny, lembrava-se das histórias do pai e convencia-se de que a moça era enviada por ele.

-Venha Stefanny, quero te apresentar a sala de música. -sorriu entusiasmada. Naquela manhã, a ingênua menina suspendeu seus ensaios, sem imaginar com quem estava lidando.
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Mensagem por Mr. Thornton Qua maio 13, 2015 2:12 pm



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A garota entusiasmou-se com a resposta de Christine. Seus olhos brilhavam de alegria com o semblante mais sincero que conseguia forjar. Era de fato uma excelente atriz, conseguindo dramatizar muito bem, como John sempre mencionava e simulava sentimentos e situações como uma profissional, afirmando sempre para si mesma que seria famosa se tivesse oportunidade e agora a oportunidade estava diante de seus olhos. Talvez tudo aquilo fosse obra do destino para mostrar a ela que caminho deveria seguir para o sucesso e Chirstine se tonou muito mais do que uma simples rival, acabara de aceitar instruí-la, o que de ganhou respeito e admiração por parte daquela jovem mimada. Fanny inclinava o corpo fazendo uma breve reverência, mas logo deixou de lado as formalidades e abraçou a nova...amiga?

──── Ahhh...Miss Daaé! Quanta honra! Essa vai ser sem dúvidas a melhor viagem da minha vida! Estou ansiosa! Vamos, vamos!  ────   Deu três pulinhos enquanto abraçava Christine. Ela era alguns anos mais nova que Christine e por isso ainda um pouco inexperiente, não tendo ainda se apresentado publicamente fora de casa, apenas nos bailes dos Thornton e outras festas de famílias conhecidas.




Enquanto Fanny se divertia no teatro, sua mãe se desesperava, correndo de um lado para o outro dentro do imenso apartamento que alugaram para aquela semana. Fanny deixou apenas um bilhete sobre a mesa, informando que estaria no teatro garantindo um futuro longe daquela família. John já conhecia os dramas da irmã e estava naquele momento mais preocupado com os negócios, caminhando tranquilamente pela sala e avaliando alguns papéis, enquanto Hannah ficava imaginando mil coisas sobre o paradeiro da filha.
──── Mãe, está na hora, vamos. Se quiser peço ao cocheiro que te deixe no teatro e sigo sozinho para a feira. Talvez seja melhor manter os olhos atentos sobre a Fanny. ──── Seus olhos buscavam o da própria mãe tentando tranquilizá-la. Levava as duas mãos aos ombros dela, enquanto falava tranquilamente. Odiava ver a mãe tão nervosa, aquilo não fazia nada bem para sua saúde, mas não deixaria de lado seu objetivo com aquela viagem. Pensava consigo mesmo que as duas ficariam bem em sua ausência e depois se encontrariam para o almoço. ────  Vamos, acalme-se...vai ficar tudo bem. Você pode encontrá-la no teatro e ficar de olho nela, vai que encontra um marido pra ela também já que o visconde não está mais disponível? Ahah. ──── Tentava descontrair aquela situação, mas parecia em vão. Hannah ainda estava muito nervosa e reprovava a atitude do filho, como se ele não estivesse levando à sério aquela situação delicada. ──── Vamos almoçar todos juntos. Vocês me encontram na na feira. Tem restaurantes ótimos nas proximidades. Pode ser?  ──── Finalizou esperando que sua mãe reagisse melhor e finalmente ela cedeu, afinal ficar ali parada de nada adiantaria, seria bem melhor ir ao teatro, rezando para encontrá-la sã e salva. Assim cada um seguiu seu caminho e a manhã finalmente começou. O desjejum foi rápido e logo já estavam dentro da carruagem. Fanny, como prometido, foi deixava no teatro e John seguiu em direção à feita onde encontraria outros investidores, imaginando que até o próprio Raoul estivesse por lá. Ria sozinho do olhar de Fanny quando ela percebeu haver alguma proximidade entre ele e Christine. A jovem sempre foi muito ciumenta e não era acostumada a ter nada negado, então ficava cada vez mais mimada. Aquela seria uma lição interessante que ela precisava aprender. Talvez, no fim, nada daquilo tenha acontecido por acaso.
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Mensagem por ladydaae Ter Jun 16, 2015 10:42 am

Assim que se despediu dos ingleses, Raoul olhou o bilhete que a moça deixara entre seus dedos. Não teve dúvida: era para Christine.
Quando crianças, costumavam ouvir histórias de Mr Daaé, em sua maioria havia a presença do "Anjo da Música". Mas Raoul sabia que eram apenas histórias, sempre foi cético quanto a existência desses seres, então quem assinara o bilhete? Seria alguma brincadeira de Little Lotte? Talvez a moça quisesse reviver antigas aventuras, trazendo à memória aquele ser. Ou talvez alguém mais conhecia sua crença infantil e aproveitava disso para se aproximar dela. Deveria falar-lhe a respeito? Não, não deveria. O melhor a fazer era vigia-la e esperar a oportunidade para o assunto. Temeu por Christine, agradeceu mentalmente a postura de Miss Thornton, não imaginava por quais  motivos e meios a inglesa encontrara o bilhete, mas isso pouco importava.
Na manhã seguinte dirigiu-se à feira de investimentos. Havia aglomerações e o dia estava realmente nublado. Raoul avistou de longe Mr Thornton, acenou-lhe discretamente. O visconde estava demasiadamente cansado, fazia apenas uma semana que voltara a Paris, por isso abandonou o evento antes do almoço, precisava encontrar-se com os novos administradores do teatro e acertar alguns detalhes; aproveitaria para ver Christine e reaproximar-se, afinal nunca a esquecera.
___________________________________________________________

Christine apresentou a sala de música a Stefanny, era um ambiente aconchegante e acolhedor, por vezes -ao perder o sono- caminhava até ali e sentava ao piano, cantando uma de suas saudosas canções. A
presença do violino lembrava seu pai e isso tranquilizava seu espírito. Compartilhar aquele espaço com a inglesa lhe trouxe felicidade, Miss Daaé sentia-se bem por ter em sua companhia uma aspirante à
cantora, gostava da ideia de poder ensina-la, tal como seu Anjo.
Entre aqueles belíssimos móveis e instrumentos, as duas viam partituras, falavam sobre suas preferências e estreitavam o laço.
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Mensagem por Mr. Thornton Sáb Jun 20, 2015 4:30 am



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No evento, homens de toda a Europa estavam com os ânimos exaltados, otimistas com os avanços tecnológicos desenvolvidos para suas produções. John conversava com outros produtores do Norte, velhos conhecidos, quando avistou o Visconde e o cumprimentou discretamente. Ele parecia cansado, não era pra menos, uma vez que retornara a Paris, deveria ter muitos assuntos a tratar. Se encontrariam mais tarde, para o jantar. Hannah estabelecia contato com alguns investidores e banqueiros e decidiu apresentar a um deles o seu filho, esperando que entrassem em algum acordo vantajoso, mesmo sabendo o quanto John reprovava qualquer tipo de aliança com os responsáveis pelo suicídio de seu pai.

──── Mr. Bennet, esse é o meu filho, John Thornton. É ele quem está à frente da fábrica, então é com ele que deve tratar. ────   Apresentou o filho, que se virava em direção à ela e ao cavalheiro com um sorriso gentil. Cumprimentou o homem com a mesma cortesia que este lhe apresentava e ouviu com atenção suas palavras.
──── É um prazer conhecê-lo, Mr. Thornton. Sou representante do Banco Central de Londres e falava com a Sra. Thornton sobre um possível investimento na fábrica de vocês. Notamos um crescimento promissor de seu empreendimento e isso...
──── E isso não não foi graças a sanguessugas como você. ────   Hannah arregalou os olhos quando viu a reação do filho, que até interrompeu as palavras do banqueiro, envergonhada, puxou o braço do filho para tirá-lo dali, mas John puxou o braço de volta e prosseguiu, enquanto o homem horrorizado o encarava sem entender o motivo daquela repentina mudança. ──── O único interesse que vocês banqueiros possuem, é o de manipular homens de boa fé para sugar tudo que puderem deles, aumentando seus lucros, até o fim de seus dias. Fique com o seu dinheiro sujo, eu não preciso dele. ────   O tom de voz era decidido e as palavras entoadas em alto e bom som, para garantir que nenhum outro parasita como aquele ousasse se aproximar.
──── Está errado, Mr. Thornton. Os tempos são outros, produções familiares como as suas estão fadadas ao fracasso sem a mão de investidores como nós para levantar recursos e aprimorar os meios de produção. Lamento o fato de ter uma mente tão fechada a esse ponto. Passar bem. ────   Mr. Bennet percebeu que não adiantaria argumentar com John, ele parecia muito bem decidido para ser convencido do contrário, então deixaria que ele visse as ruínas de seus negócios com os próprios olhos, estendendo seus recursos a outros produtores da região, o que resultaria em uma concorrência desleal que os Thornton não suportariam por muito tempo e declarariam falência.
Hannah furiosa, acertou um tapa no rosto do filho, antes que ele respondesse e com lágrimas dos olhos, deu-lhe as costas e saiu. John, igualmente enfurecido, seguiu outro caminho. Ele sabia do medo de sua mãe sobre o futuro que aqueles sanguessugas sempre falavam, mas deixaria para falar sobre isso quando ambos estivessem mais calmos. Afastou-se do local da feira onde havia uma praça e concentrou um soco com toda sua força no tronco de uma árvore para descarregar sua fúria. Apoiou o peso do corpo sobre a mão caiu sobre os joelhos e em seguida para trás, apoiando as costas sobre o gramado. Olhava pra cima e em um dos galhos mais firmes daquela árvore, via o corpo do pai pendurado, da mesma forma que o encontrou e fechava os olhos, tentando afastar aquela imagem que ainda o assombrava mesmo depois de tantos anos.






Fanny parecia uma criança com um brilho nos olhos que beirava à inocência enquanto caminhava pelo teatro acompanhando Christine. Cada pedacinho do Opera Populaire parecia ter saído de seus sonhos e se projetado diante dela. Por um momento até se esquecia da rivalidade travada com Miss Daaé. Assim que avistou aquele belíssimo piano, Fanny não se conteve e correu até ele entusiasmada.
──── Ohh...Miss Daaé...deixe-me mostrar um pouco do que eu sei! Não consigo ver um piano sem poder tocá-lo! ──── Sem pensar duas vezes, ela se sentou e começou a tocar com graça e naturalidade, mantendo uma postura impecável e os olhos em sua tutora.




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